Delegado de Saúde: “Era expectável que tivéssemos mais casos”

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Subiram para 52 os casos confirmados de Covid-19 no concelho de Pombal, mais um do que ontem, e que, segundo o relatório epidemiológico de hoje, divulgado pela Autoridade de Saúde Pública de Pombal, foi reportado na Guia (União de Freguesias de Guia, Ilha e Mata Mourisca).


Na conferência de imprensa realizada ao final da manhã de hoje, no salão nobre dos Paços do Concelho, o delegado de saúde, José Ruivo, adiantou que começaram a ser avaliados, “há dois dias”, os primeiros casos que testaram positivo para o novo coronavírus, “para podermos saber quantos destes se encontram curados”. Para isso, é preciso que estes doentes realizem dois testes, ambos negativos, e “feitos com o intervalo mínimo de 48 horas”, explicou o delegado de saúde.
Apesar da subida dos números no concelho se apresentar a um ritmo baixo, José Ruivo admite que “não podemos baixar a guarda, de maneira nenhuma”. O delegado de saúde diz que “era expectável que hoje tivéssemos mais sete ou oito casos, até 10”, e acredita que este cenário resultado do facto de a população ter interiorizado a necessidade de “ser um garante da saúde de uma comunidade, da nossa família e de todos”.
Apesar dos últimos indicadores serem favoráveis, aquele responsável constata que isso está longe de ser sinónimo de que “que temos a situação controlada”. “Acho que não se pode dizer isso de maneira nenhuma”, reforça.
Dirigindo-se em concreto às instituições de acolhimento de idosos, José Ruivo considera que, naqueles locais, “qualquer cuidado é muito pouco”, mesmo que as instituições já estejam “precavidas” para tomarem todos os cuidados, após o regresso de doentes vindos do meio hospitalar. “Esse doente tem de ficar confinado”, adverte o médico da Saúde Pública de Pombal, assumindo que “foram estes procedimentos que fizeram com que hoje nós estejamos a lidar com números tão baixos”.
Por outro lado, e para que os casos não disparem, “todos os profissionais dos lares têm de ser pessoas conscientes”. Para isso, alerta José Ruivo, é preciso que aqueles colaboradores tenham, em casa, “a sua área de confinamento”, até porque, “se não tivermos pessoas com esta consciência, pode ser uma tragédia”.
A par da preocupação generalizada com os lares, José Ruivo destacou ainda, de forma particular, a situação que se vive na Cumieira, atendendo ao número de infectados.
No caso do lar do Paço, na freguesia de Almagreira, onde uma colaboradora testou positivo na semana passada, depois de ter regressado do Brasil, de onde é natural, o responsável pela Autoridade de Saúde Pública de Pombal adiantou que a doente em causa “está afastada” do local de trabalho, tendo sido “dado aconselhamento à direcção do lar dos procedimentos a tomar”. Até à data, e segundo José Ruivo, não se verificou “qualquer anomalia em relação ao estado de saúde” dos utentes e colaboradores que estiveram em contacto com a doente, pelo que, sem sintomatologia da doença, “não me parece que seja necessário fazer rastreio” no lar.