Família e amigos dão o nome ao Museu do Neca

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Há seis anos, precisamente a 10 de Junho, Manuel Gomes Martins inaugurou, no Barrocal, um espaço museológico particular. Há muito que o proprietário queria atribui um nome mais personalizado ao local, mas só este ano encontrou o enquadramento certo para o fazer.
Para isso, nada melhor do que juntar a festa de quatro aniversariantes: a filha mais nova, um dos netos, o museu e ele próprio, que fez no final de Maio 80 anos. Aproveitando a presença de dezenas de familiares e amigos, Manuel Gomes Martins desafiou os convidados a seleccionarem um dos três nomes propostos (Museu das Curiosidades, Museu Etnográfico e Museu do Neca) ou a sugerirem outra opção.

O voto era secreto e depositado numa urna preparada para o efeito. Contados os boletins, a escolha recaiu, por larga maioria, sobre o Museu do Neca, designação que assume a partir de agora.

História de vida
A história do museu cruza-se inevitavelmente com a de Manuel Gomes Martins. O espaço está localizado na antiga casa dos pais do proprietário, um pequeno imóvel com mais de 100 anos e há muito desabitado. Há seis anos tornou-se o reservatório das peças de artesanato que Manuel Gomes Martins tinha vindo a criar para o ajudar a ultrapassar os problemas de saúde que lhe bateram à porta e o obrigaram a passar mais tempo em casa. Depois de uma vida dedicada à construção civil, descobriu o gosto pelas artes e é a esta paixão que atribui o ‘remédio’ para ter ultrapassado, com outra motivação e resiliência, aquele período.
Na antiga casa dos pais criou um espaço que convida a uma viagem no tempo e nas memórias de muitas gerações. Ali expôs as peças que criou (e continua a criar), mas não se limitou a isso. Fez questão de manter as divisões como elas eram, com o mobiliário que ainda restava, mas juntou-lhe um espólio bem mais alargado. Para isso, pediu a amigos e conhecidos que lhe entregassem peças antigas e que já não precisassem.
As cinco divisões da casa são um retrato das vivências do mundo rural. A cama dos pais de Manuel, a arca do milho, o forno a lenha e as pás, a lareira ou as inúmeras ferramentas agrícolas ali expostas recordam o quotidiano de Manuel Gomes Martins e de tantos outros da sua geração.

O espaço está aberto a quem o queira visitar.

*Notícia publicada na edição impressa de 20 de Junho