Criminalidade em Pombal aumentou 22% no primeiro semestre do ano

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A criminalidade registada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) em Pombal aumentou 22% nos primeiros seis meses deste ano face ao mesmo período de 2022. Esta “potencial tendência de subida” contrasta com a “estabilidade de valores” verificada nos últimos anos, refere aquela força de segurança.
“Ao efectuar a comparação com o período homólogo do ano passado verificamos uma potencial tendência de subida” da criminalidade na cidade de Pombal, informou o comandante distrital em suplência da PSP de Leiria, salientando que houve um aumento de 168 crimes registados em 2022 para 205 registados em 2023. Estes números mostram que a criminalidade cresceu 22,02% no primeiro semestre.
“Quanto à criminalidade violenta e grave, os números apontam no mesmo sentido”, realça o intendente António Monteiro, frisando que se verificou “um ligeiro aumento” de cinco crimes em 2022 para oito crimes em 2023.
Portanto, “constata-se em termos semestrais uma tendência de subida, sendo certo que só no final do ano poderemos aferir se a criminalidade subiu, desceu ou se se irá manter em linha com os outros anos”.
E “analisando os valores anuais da criminalidade geral, bem como da criminalidade violenta e grave, verificamos que nos últimos anos não tem havido grandes oscilações, constatando-se um ligeiro decréscimo desde 2020”, esclareceu o comandante distrital da PSP, reiterando a “estabilidade de valores”.

BURLA INFORMÁTICA É O CRIME MAIS REGISTADO
“O tipo de crime que assume maior predominância é a burla informática e nas comunicações”, afirmou o intendente António Monteiro, dando conta que, “desde o início do ano, registámos na Esquadra da PSP de Pombal 29 crimes desta tipologia, sendo que 11 desses processos foram tramitados em sede de investigação criminal, dada a vontade dos lesados em prosseguir criminalmente contra o(s) seu(s) autor(es)”.
Já a utilização de armas brancas e armas de fogo na prática dos crimes é “residual”, mantendo-se em “valores idênticos ao ano anterior”, adiantou, revelando que os números gerais mostram “um ligeiro decréscimo nos crimes contra as pessoas e um aumento mais expressivo na criminalidade contra o património”, sendo estes os dois grandes grupos criminais onde a maior parte do expediente policial se concentra.
Aquele responsável afirmou ainda que “não é possível definir com exactidão os factores que influenciam a sua evolução”, contudo “não podemos desassociar [a criminalidade] das dificuldades económicas sentidas (crise e inflação) e da problemática em torno das adições”.
Por outro lado, o comandante distrital da PSP rejeita que o aumento da criminalidade possa estar relacionado com a crescente comunidade imigrante, até porque “verificamos que estes números estão ao nível dos anos anteriores, não se verificando disparidades acentuadas” nos últimos 10 anos. Todavia, “verificando-se um aumento da população, será expectável que a criminalidade tenha tendência para aumentar”.
O intendente António Monteiro destacou igualmente o “aumento progressivo do número de detenções na Esquadra de Pombal” em 2023, comparativamente com os anos anteriores, e revelou que “os dados estatísticos registados na Esquadra de Pombal estão em linha com a tendência registada na restante área de responsabilidade da PSP de Leiria”.
De salientar que estes dados foram facultados ao Pombal Jornal após a ocorrência de dois esfaqueamentos na cidade, onde, desde o início do ano, ocorreram oito crimes de roubo e 55 crimes de ofensas à integridade física (incluindo os crimes de violência doméstica).

Carina Gonçalves | Jornalista

*Notícia publicada na edição impressa de 14 de Setembro