A associação que foi criada a pensar nos jovens é hoje uma referência para os mais velhos

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Há 30 anos que a Associação da Cumieira constrói uma história de apoio à comunidade. Desde 2003 que a população sénior está no epicentro das prioridades, mas nem sempre foi assim, como conta o homem que está ao leme da instituição desde a primeira hora.

Vítor Silva, Madalena Gomes, Orlando Nunes, Maria Silva Lopes, Vítor Lopes, Isabel Marto (vereadora), Otília Gonçalves, Joaquim Silva (pres. da direcção), Fernando Silva, Gilberto Neves e Filipa Portela (Junta de Freguesia)

No decurso do almoço comemorativo, realizado domingo, dia 9 de Julho, e momentos antes de serem cantados os parabéns à associação aniversariante, Joaquim Silva recordou os primórdios da casa que ajudou a fundar e onde, desde então, assume a presidência da direcção.
Preocupados com a incidência de algumas problemáticas junto dos jovens, sobretudo as relacionadas com o consumo de droga, um grupo de cidadãos da terra decidiu que estava na hora de inverter este cenário e criar condições para ocupar o tempo livre dos mais novos.
No projecto associativo delineado à época, o desporto assumiu-se como motor das dinâmicas, ao ponto de a colectividade da freguesia de Pombal ter chegado a ter “seis equipas de futebol”, como recorda Joaquim Silva, em tom de orgulho.
Os então jovens cresceram, tornaram-se adultos e seguiram caminhos profissionais que os levaram, a muitos deles, para fora do país. “Quando nos vimos sem juventude, começámos a pensar nos mais velhos”, conta o mesmo responsável. Para isso, foi necessário proceder à alteração dos estatutos, o que viria a acontecer em 2003, altura em que passa a assumir-se como Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS). É neste âmbito que surge a valência de apoio domiciliário, a primeira resposta social da associação e através da qual chegou a fornecer também refeições a escolas da freguesia.
A direcção percebeu que era preciso ir mais além no trabalho social e avança para a construção de um lar e centro de dia. Corria o ano de 2009 quando a obra foi lançada, sem quaisquer apoios, como lembra Joaquim Silva. A instituição recorreu a financiamento bancário para prosseguir com o investimento de um milhão e 500 mil euros e, em Março de 2012, o edifício estava concluído para, em Setembro desse ano, abrir portas.
Até à chegada da pandemia, mantiveram todas as valências. Nessa altura, e atendendo aos requisitos exigidos em termos de espaços físicos, para o funcionamento do centro de dia, a IPSS vê-se obrigada a suspender a disponibilização desta resposta social.
Actualmente, os 28 colaboradores da Associação da Cumieira prestam apoio a 43 utentes em apoio domiciliário e a 26 em lar, contando com quatro viaturas (uma delas eléctrica).
Sobre as dificuldades sentidas no quotidiano, Joaquim Silva diz que a maior delas está na contratação de recursos humanos, fazendo jus a um problema que é transversal a outras instituições do sector social.
Em dia de aniversário, o presidente da direcção diz que a melhor prenda seria encontrar alguém que lhe sucedesse no cargo, mas “que tenha a mesma vontade de trabalhar que eu tenho tido até aqui”.

*Notícia publicada na edição impressa de 13 de Julho