Os Silly da Bankruptcy Season

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Em Portugal, o verão não é a silly season é a bankruptcy season

A bankruptcy desta season (em 2011 foi a do país, dirigido por um silly primeiro ministro).
Perante o colapso que envolve a PT, um dos administradores saiu e o outro rumou ao Brasil.
Quanto ao BES, o que leio a respeito de Ricardo Salgado é do mais silly possível.
1) Considera-se isento de responsabilidades e não sabia de nada, embora o contabilista afirme o contrário e a crise tenha já começado em 2008, um pouco a reboque do sub prime americano, e depois muito agravada pela falência do Lehman Brothers.
É pois impensável que um banqueiro não analise os ativos e passivos da sua instituição, as relações mantidas com outras, e vá avaliando o impacto, neste caso, particularmente desta falência, na instituição que administra.
2) Considera que tudo se deveu a fatores externos incontroláveis que contaminaram o banco.
3) Está a preparar a defesa, imputando responsabilidades aos tais fatores externos, à família (não eram só os fatores externos!) e ao Banco de Portugal (este também não é um fator externo, pois não?)
É sem dúvida um líder a temer, especialmente pela falta de consciência profissional e de honradez. Afinal as qualidades de liderança e visão estratégica de enquadramento não existiam. Sobram tão só as competências de um bom vendedor de enciclopédias (as mesma que reconhecia ao tal silly primeiro ministro).
E a bankruptcy season do BES continua.
A PT, através dos administradores, fazia investimentos que, em documentos restritos da empresa, eram registados como depósitos. Dizem agora que foi o tesoureiro que os enganou e que chamou, durante anos, BES ao que era GES. Mas afinal, querem fazer quem de silly?
Vem por arrasto o Montepio.
O regulador comunicou que o Montepio está a ser alvo de uma auditoria forense, mas acalmou logo os investidores. Nada de relevante se passa, tudo é normal e o Montepio não é o único banco auditado. A confiança que o Banco de Portugal transmite, atestada pelos seus sólidos julgamentos de outros casos, deixa-me a mim, que não tenho qualquer investimento de risco, descansado, mas, se tivesse, garanto que não seria silly.
A silly season ainda vai a meio.
Miguel Sousa Tavares, num canal da televisão, questionava a possibilidade de existir ainda alguém, que apelidou, ao seu estilo, de estúpido, com ações ou obrigações de bancos nacionais.
Considerando a decapitação do mercado de capitais, o curto-circuito na PT, a vaporização de um dos maiores grupos financeiros nacionais, a confiança no Banco de Portugal, as auditorias forenses e a saída da troika, não vejo os investidores em ações, obrigações ou fundos como silly, antes temerários.
No início da bankruptcy season, Maria Luís Albuquerque afirmou que os contribuintes não seriam afetados. Na altura acreditei, agora não, e estou a aguardar para o final da season o agravamento financeiro que, uma vez mais, nos será imputado em resultado da inabilidade e da ganância de silly líderes.