HIC ET NUNC | A nossa Marca

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Foi apresentada pelo Município de Pombal, durante as nossas Festas do Bodo, a nova marca do concelho, “Pombal – centro natural de Portugal”.


Nesta reflexão não vou dedicar o meu tempo, nem o do leitor, a analisar se era preciso uma nova marca, se a empresa contratada foi a indicada ou se o valor pago foi o justo.
Uma marca é um nome, uma expressão, um logotipo, ou uma combinação destes elementos, que permite identificar e distinguir os produtos e serviços que se querem promover.
Deve ser visualmente perceptível, permitir a diferenciação em relação à concorrência, criar uma conexão visual, emocional e cultural com o alvo definido, não esquecendo que a experiência de consumo fornecida será aquilo que determina se o cliente volta.
A marca agora criada, explicada na edição de Agosto da revista municipal, foi lançada na sequência da recém apresentada estratégia Pombal 2030 e procura juntar algumas características que valorizam o nosso território.
O objetivo é, “ser o Centro Natural de Portugal; da geografia e da natureza, da cultura e da história, do passado e do presente, da atualidade e da qualidade de vida.”
O nosso território tem uma localização geográfica que se for bem aproveitada nos pode ser muito benéfica, com Mar e Serra, com facilidade de acesso a Lisboa e ao Porto, às capitais de distrito Leiria e Coimbra, sem esquecer a proximidade a Tomar, Fátima, Conímbriga ou Figueira da Foz. Esta centralidade é propositadamente confundida, na conceção da marca, com o centro de Portugal. Ao contrário do que se apresenta, o centro do nosso País não fica a meio caminho entre Lisboa e Porto, mas um pouco mais para Sudeste, em Vila de Rei.
Outra característica explorável e muito valiosa, é a natureza, as dunas, as zonas húmidas, o Sicó, o Bioparque da Charneca, o rio Anços ou outros pontos a serem melhor conhecidos e dignificados. No entanto, por muito valor natural que a nossa região tenha, existem outros pontos no nosso País com maior riqueza natural e com maior “centralidade” no que diz respeito à sua importância ambiental.
No que se refere à cultura, às nossas tradições, festas e romarias, também muito importantes, existem outras localidades bem perto, como seja Tomar com a Festa dos Tabuleiros, ou Coimbra com o Fado e a sua cátedra, culturalmente mais distintos e apelativos.
Para terminar as características abordadas na criação desta marca, a nossa história, os Romanos, os Templários, o nosso Marquês e as invasões Francesas. Por melhor que cuidemos destes legados e que os valorizemos, nunca serão tão valiosos como outros existentes em Portugal, com a riqueza que o nosso País tem para descobrir a este respeito.
Ou seja, em jeito de resumo, mais importante do que uma nova marca e de um novo símbolo ou logotipo, que se não for explicado é quase incompreensível, o essencial, é a estratégia a aplicar e todos os projetos que se venham a desenvolver.
Pombal tem muito para cuidar e apresentar e para isso não precisa de ser o centro de Portugal, precisa sim de valorizar todo o seu Património cultural, histórico e natural que possui, saber apresentá-lo, conciliá-lo entre si e com todo a oferta patrimonial que nos rodeia.
Precisa de não ter património mal preservado ou abandonado como são os casos de Sicó, das lagoas do Carriço, da vila da Redinha, da nossa floresta ou dos nossos trilhos.
Precisa de previsibilidade e de concretização, do Ecomatur, do centro cultural Carlos Alberto Mota Pinto, do centro de Atletismo do Inverno e de todos os projectos que nos possam distinguir, valorizar, atrair pessoas e fixá-las, fazer com que voltem ou que divulguem a nossa marca, “Pombal”.

Telmo Lopes
Presidente da concelhia do CDS-PP de Pombal

*Artigo de opinião publicado na edição impressa de 22 de Agosto