Em Pombal Maio é o mês do Marquês

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Arranca esta sexta-feira (6 de Maio) uma programação diversificada que é dedicada ao nacimento e morte de Sebastião de Carvalho e Mello, Marquês de Pombal. Falamos da iniciativa Maio Mês do Marquês, que termina no último fim-de-semana de Maio com o Festival Pombalino. Entre as actividades propostas, a vereadora da Cultura destacou o Seminário Internacional de Estudos Pombalinos, que acontece no dia 13.

Subordinado ao tema “Pombal Reformador – Um mito global das luzes”, o Seminário Internacional de Estudos Pombalinos conta com a participação de “oito oradores, três deles estrangeiros, oriundos do Brasil, Alemanha e Espanha”, frisou Ricardo Pessa de Oliveira, um dos coordenadores da conferência.

Esta será “uma oportunidade para dar a conhecer os últimos resultados científicos sobre esta figura de relevância nacional e internacional”, assinalou o outro coordenador. José Eduardo Franco destacou ainda a importância da “investigação científica para revelar as potencialidades” dos concelhos, de forma a “valorizar essas riquezas” e “aplicar esse conhecimento no desenvolvimento do território”.

Afinal, “o passado valoriza o presente e ajuda a projectar o futuro”, afirmou aquele investigador, salientando que “Sebastião de Carvalho e Mello teve uma extraordinária dimensão internacional, que também pode ser galvanizador da internacionalização do concelho e do seu património”.

Certo é que esta conferência “vai colocar Pombal no mapa do conhecimento que já se faz a nível internacional desta figura”, afirmou José Eduardo Franco, sublinhando que “Marquês de Pombal é uma das figuras mais estudadas internacionalmente”. Por esse motivo, “é preciso que Pombal também conheça a importância desta figura”, que “bem podia ter o cognome de [Marquês de] Pombal, o Reformador”, que é precisamente o tema do seminário.

 

PROGRAMA DIVERSIFICADO

Maio Mês do Marquês é um evento que tem o intuito de assinalar “três grandes datas”: o nascimento e morte do Marquês de Pombal, que se comemoram nos dias 13 e 8, respectivamente, mas também o Dia Internacional dos Museus (dia 18).

Desta forma, a programação proposta visa “valorizar e recordar a figura, a obra e a época de Marquês de Pombal”, cuja figura “é uma peça fulcral na estratégia de promoção turística do nosso território”, referiu a vereadora Gina Domingues, frisando que já passaram “240 anos da morte do Marquês de Pombal”, o que motivou a aposta de “dar um cunho mais académico à nossa programação” com a realização da conferência.

Mas as actividades vão muito além disso. Começam esta sexta-feira (dia 6) com uma residência artística direccionada para os alunos do pré-escolar e dos 1.º e 2.º ciclos. “Esta residência tem como principal objectivo sensibilizar os mais novos para a questão das artes, nomeadamente as artes performativas”, proporcionando às crianças uma visita “mais alegre e divertida” ao museu, explicou a directora do Museu Marquês de Pombal (MMP). A visita será conduzida pela bailarina e coreógrafa Inesa Markava, que a dançar vai guiar os alunos pelo “espaço, a história e o espólio” do “único museu monográfico do país” sobre Marquês de Pombal.

Esta “visita dançada” abre-se depois à comunidade em geral, através de “visitas performativas” agendadas para os dias 8 e 20 de Maio, às 17h30 e 11h00, respectivamente.

A programação continua no dia 13 com “o evento científico mais completo sobre a temática pombalina”, seguindo-se a 18 de Maio a comemoração do Dia Internacional dos Museus, que este ano é subordinado ao tema “o poder dos museus”.

Partindo desse lema, o MMP desafiou os alunos do 3.º ano do curso de turismo da ETAP a receberem “formação para apresentarem um sarau cultural do século XVIII”, que estreia no dia 18 com uma sessão destinada a “um público muito específico, que é a comunidade sénior e as pessoas com necessidades educativas especiais”, contou Cidália Botas. O sarau será depois apresentado à comunidade em geral nos dias 28 e 29.

Ainda no dia 18 será inaugurada a exposição “A reforma pombalina da educação: 1759-1772”, que estará patente, até 30 de Setembro, na Capela da Misericórdia – Museu de Arte Popular Portuguesa. A mostra, que também serve para assinalar os 250 anos da Universidade de Coimbra, contempla “apenas acervo do MMP”, que “está em reserva”, pelo que os “bens [a expor] não têm sido vistos pelo público”.

Maio Mês do Marquês termina com o Festival Pombalino e o Festival de Estátuas Vivas Barrocas, que acontecem a 28 e 29 de Maio.

Enfim, estamos perante um “programa diversificado que tem tanto de cariz cultural como de erudito”, destacou o presidente da Câmara Municipal, salientando que o objectivo desta iniciativa é que “mais pessoas fiquem a conhecer mais coisas sobre Marquês de Pombal”, que encara como sendo “indiscutivelmente a figura maior da nossa história colectiva”.

Pedro Pimpão sublinhou ainda que as iniciativas propostas destinam-se a “várias gerações e vários públicos”, numa tentativa de “envolver a comunidade” num evento que pretende acima de tudo “valorizar esta figura histórica que marcou o nosso concelho” e “deixou marca”.