Alimentação escolar, que futuro?

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A escola é um local privilegiado e decisivo para a promoção da saúde, nomeadamente para o ensino e prática diária de uma alimentação saudável e de atividade física.

A aquisição de competências por parte dos jovens para a tomada de decisões saudáveis no momento da escolha e consumo de alimentos pode ser insuficiente, em alguns momentos, principalmente, se o ambiente que os rodeia dificultar essa escolha. Se as escolas forem locais onde existe um oferta alimentar contrária ao que é ensinado e preconizado no interior das salas de aulas, torna-se difícil a missão do professor e da própria escola. Neste campo de intervenção (dentro e fora de aula), a escola e a família (pais, avós, outros responsáveis pela educação) devem estar alinhados, no sentido de promover os mesmos princípios de uma alimentação saudável.

É na escola que as crianças passam um grande número de horas de por dia, sendo portanto aí que ingerem uma parte considerável dos alimentos diários. Deste modo, a qualidade e a quantidade de géneros alimentícios, sólidos ou líquidos, ingeridos em meio escolar têm um impacto enorme na saúde e bem-estar dos jovens.

Uma alimentação saudável e equilibrada é um fator determinante para ganhos em saúde, prevenindo desde cedo os erros em matéria de alimentação e consequentemente na doença. Neste sentido, as escolas, enquanto espaços educativos e promotores de saúde, devem no futuro criar cenários valorizadores de uma alimentação saudável de um modo natural, estrutural e consistente, não só através dos conteúdos curriculares, mas também através da oferta alimentar em meio escolar. Para isso, é necessário que as escolas e a comunidade educativa tenham acesso a informação sobre qual o tipo de géneros alimentícios que, deve ser ou não promovido e qual o tipo de géneros alimentícios que não deve ser disponibilizado em meio escolar. Não se pode afirmar categoricamente que há “maus alimentos”, mas há sem dúvida alimentos que, pelas suas características nutricionais, não devem ser de livre acesso num local educador e promotor da saúde como é a escola.

Ainda bem que nos últimos anos, diversas orientações foram produzidas pelo Ministério da Educação em conjunto com o Ministério da Saúde para que a oferta de alimentos nas escolas tenha mais diversidade e qualidade, no sentido de promover hábitos mais saudáveis nas futuras gerações. No entanto, alimentação promotora de saúde na escola, terá sucesso na sua missão, se houver maior “sintonia” entre a família, escola e os outros agentes educativos (clubes, treinadores, amigos, decisores políticos, escuteiros, etc) .

António Cordeiro (Nutricionista)
email: anto_cordeiro@sapo.pt