A última refeição do dia

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Após mais um confinamento, a que todos fomos sujeitos devido ao Covid-19, a maioria das pessoas está de regresso às suas rotinas do dia-a-dia mais habituais, e algumas delas acabam por ter impacto no horário das refeições, ou seja, desregulando o seu horário.
Este aspecto do horário é muito importante em termos metabólicos, do funcionamento do intestino, bem como em termos de regulação do relógio biológico e do ritmo circadiano, o que se manifesta no peso e na forma como se sente (ex: mais pesada, inchada, menos energia, a ganhar peso, etc). Ou seja, parece que uma irregularidade dos horários das refeições, independentemente da quantidade e da qualidade alimentar, exercício físico e sono, contribui para o ganho de peso, e existem diversos estudos científicos que suportam esta afirmação.


Por outro lado, aquele velho e sábio ditado popular “pequeno almoço de rei, almoço de príncipe e jantar de pobre”, tem alguma verdade no seu conteúdo, dado que um bom pequeno almoço, um almoço equilibrado e um jantar mais leve, contribuem para uma manutenção ou redução de peso. No entanto, existem outras perspectivas.
Por exemplo, relativamente ao jantar, de acordo com um estudo, realizado ao longo de seis anos, em 1245 pessoas com o peso normal e sem complicações metabólicas, observou-se que as pessoas que declaram consumir mais de metade das calorias na refeição da noite, apresentaram o dobro de probabilidade se terem tornado obesos ou desenvolvido outras complicações metabólicas (ex: colesterol elevado, hipertensão, dislipidemias, doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras doenças) ao longo desses seis anos.

Conclusão: Fazer um bom pequeno-almoço, e do almoço a refeição mais substancial do dia, mesmo que não altere mais nenhum dos seus hábitos alimentares do dia, pode beneficiar a sua saúde por muitos anos. Cuide de si!

António Cordeiro
Nutricionista
0728N

anto_cordeiro@sapo.pt