Lar da Cumieira precisa de mais material de protecção

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Na Associação Sócio-Cultural, Recreativa e Educativa de Cumieira e Circunvizinhas vivem-se dias de “muita preocupação”, depois de confirmadas as mortes de dois utentes, uma mulher de 76 anos e um homem de 83 anos (que se encontrava hospitalizado em Pombal), infectados com a Covid-19. A situação levou inclusivamente a Câmara Municipal de Pombal a assumir, logo após a sinalização dos primeiros casos em instituições de acolhimento de idosos, o custo inerente à realização de 54 testes de despistagem a utentes, técnicos, auxiliares e bombeiros. Deste número, 24 foram feitos na instituição de solidariedade social da Cumieira, 26 foram feitos no lar de São José, na Ilha, onde uma utente está infectada, e dois a bombeiros. Joaquim Silva, presidente da direcção do lar da Cumieira, diz que ainda não há resultados destes testes, mas não esconde o sentimento generalizado de inquietação que se vive entre os utentes, funcionários e respectivas famílias.
Relativamente aos equipamentos de protecção individual, o presidente refere que “não temos tido muito material, mas ainda temos”, frisa Joaquim Silva, salientando o facto de a autarquia liderada por Diogo Mateus se ter prontificado a colaborar neste sentido, logo que a instituição endereçou o pedido de ajuda. Garante que não foi reportada qualquer factura à IPSS, sobre esse material, até porque, frisa, “fui eu que o fui levantar e perguntei se tinha alguma coisa a pagar. Disseram-me que era tudo gratuito”.
Apesar de, neste campo, a situação estar, até à data, controlada, o presidente da direcção da IPSS da Cumieira deixa um apelo a todos os que queiram e possam contribuir para ajudar. “Aceitamos todas as ajudas, porque nunca são demais”. Para já, “não estamos muito abonados, mas também não estamos em falência”, esclarece.

Fonte de contágio
Questionado sobre a origem do contágio, Joaquim Silva diz que uma das possibilidades poderá estar relacionada com deslocações para tratamentos de hemodiálise. Contudo, está a ser equacionada a existência de outra fonte de contágio, mas o dirigente prefere não avançar pormenores por enquanto.
Sobre a actuação das autoridades de saúde, o presidente da direcção deixa críticas ao delegado de saúde de Pombal, por não ter autorizado a realização de testes à primeira doente do lar. Aquele responsável lamenta que a instituição tenha solicitado a realização dos mesmos, advertindo para a possibilidade de infecção da utente, atendendo aos sintomas apresentados. “Não fomos ouvidos”, lamenta agora Joaquim Silva.