Xadrez: Lídia Carrola presta tributo ao Mestre FIDE Francisco Veiga

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À semelhança do que tem vindo a acontecer, o último fim-de-semana de Outubro, de 26 a 28, volta a transformar a cidade de Pombal na capital nacional do xadrez, com a realização do IX Open Internacional Marquês de Pombal e Torneio Jovem.
Mas não é só de xadrez que falam as actividades desenvolvidas pela Secção de Xadrez Oficina Criativa – Fabrikarts. A preocupação tem passado por aliar a modalidade a outras expressões artísticas, tal como aconteceu, por exemplo, na última edição do Open Internacional Marquês de Pombal.
Este ano Lídia Carrola, artista plástica que escolheu Pombal para sua residência permanente, decidiu presentear o Mestre FIDE Franscisco Veiga com uma das suas obras. Esta é uma oferta que vem no âmbito do projecto “Conhecer Pombal à boleia de um Xeque-Mate”, desenvolvido pela Secção de Xadrez Oficina Criativa – Fabrikarts, e que tem vindo a homenagear grandes nomes do Xadrez nacional. O Pombal Jornal falou com ela:

POMBAL JORNAL – Olá Lídia Carrola. Diga-nos onde nasceu e por que partes deste Mundo viajou?
LÍDIA CARROLA –
Nasci em Belmonte, Beira Baixa. Já visitei alguns países. Uns por puro lazer. outros também por trabalho.

PJ – Qual foi o sítio para onde viajou que a marcou mais, como mulher? E Porquê?
LC –
Uns dos lugares que gostei muito de conhecer, foi Itália. Paisagens maravilhosas e gente linda.

PJ – Quando foi que a pintura e artes plásticas começaram a despertar?
LC –
Lembro-me de gostar de artes plásticas desde cedo. Os meus pais alimentavam esse gosto dando-me materiais de pintura, mas foi só depois da licenciatura na EUA em Coimbra em 1998, que comecei a expor.

PJ – Quais as técnicas que mais usa para exprimir as suas criações?
LC –
Pintei durante alguns anos, com óleos. Presentemente utilizo mais acrílicos sobre tela texturada.

PJ – Quais são os seus ídolos pintores?
LC –
Gosto de Marc Chagall, Vicente Van Gogh, Claude Monet.

PJ – A sua pintura segue alguma técnica desses pintores? Ou optou pela originalidade?
LC –
Há sempre influências, mas não sigo nenhum em específico.

PJ – Conhecer Pombal à boleia de um xeque mate diz-lhe algo?
LC –
É um evento que além de divulgar Pombal, motiva muitas pessoas para o xadrez, para a comunicação entre pessoas de variadas idades e profissões.

PJ – Xadrez vs Arte casam bem?
LC –
Claro que casam bem. Artes de comunicação, de meditação, de expressão.

PJ – A arte exprime sobretudo o que vai dentro de nós. Concorda com esta afirmação, ou acrescentaria mais?
LC –
A Arte exprime de facto o que vai dentro de nós. Os estímulos recebemo-los a toda a hora do exterior. Não vamos aqui ou ali, porque os queremos registar. Registamo-los simplesmente.

PJ – Qual a pergunta que gostaria de responder?
LC –
Porque as imagens falam?

PJ – E a de fazer?
LC –
Porque as artes plásticas não são mais desenvolvidas nas escolas?

PJ – O que acha do cubismo de Pablo Picasso? E dos girassóis e da loucura aparente de Van Gogh?
LC –
O Cubismo de Picasso é uma forma de expressão única. Só ele soube dar-lhe consistência. Resumiu a forma. A loucura de Van Gogh permitiu-lhe desenvolver sem restrições, o que a sua alma inquieta continha, daí a sua magnífica obra.

PJ – Constou-me que viajou e viveu em África. O que mais recorda de África?
LC –
Vivi em África pouco tempo, mas o suficiente para lembrar frequentemente esse período. As cores, os cheiros ainda hoje me influenciam. Gostei muito dessa experiência.

PJ – Essa viagem marcou a artista e, por conseguinte, a sua obra?
LC – Quando deixamos a alma solta, as marcas ficam em nós, mesmo que por muito tempo. As cores com que pinto são cores fortes, quentes.

PJ – Voltando às suas origens, Belmonte, tens boas recordações de Belmonte?
LC –
Se tenho… fui lá muito feliz!

PJ – Que outras técnicas de pintura domina ou gosta de usar?
LC –
Gosto de aguarela. Bem feita é linda! Gosto de espátula. Como fui professora de artes, utilizei individualmente e com os alunos variadíssimas técnicas.

PJ – Qual é o conselho que daria a um jovem que deseja seguir, nos dias de hoje, uma carreira na área da pintura?
LC –
Viver da pintura não está fácil nos dias de hoje, contudo esse sonho tem que ser vivido. Corre o risco de carregar consigo uma frustração, uma ansiedade perturbadora!

PJ – Como acha que a pintura e outras formas de arte são vistas em Pombal vs Portugal?
LC –
Penso que presentemente tanto em Pombal como em Portugal, a Arte no geral, tem sido acarinhada e divulgada. Hoje realizam-se imensas exposições de pintura e há muita gente interessada em usufrui-las.

PJ – Em poucas palavras, qual é a sua definição pessoal de Arte?
LC –
Arte é a forma de expressão mais impossível de transpor o real!

PJ – Como descreve “Oficina Criativa – Fabrikarts”?
LC –
A Oficina Criativa Fabrikarts, é a obra mais concreta e persistente de divulgação do Xadrez. Motivou muitos jovens e suas famílias para a sua aprendizagem. Parabéns Jorge Barrento. Foste um herói.