Chega o outono e, com ele, chegam as castanhas. Este fruto sazonal e muito tradicional (não fosse o feriado municipal justamente no dia de São Martinho), é um produto típico das mesas portuguesas (e pombalenses!). Está presente nas feiras, magustos e em receitas tradicionais, de mil e uma formas. E, ainda que possam parecer um “petisco”, são, na verdade, um alimento muito nutritivo.

Em primeiro, e, apesar de serem um fruto, biologicamente falando, são ricas em hidratos de carbono complexos, em vez de açúcares de absorção rápida, como o caso das restantes frutas. Este grupo de hidratos de carbono fornece energia de libertação lenta, ideal para manter os níveis de energia estáveis, aumentar os níveis de saciedade e evitar picos na glicémia. Deste modo, é uma boa alternativa a bolachas ou barras de cereais açucaradas, como lanche entre refeições principais.
são ricas em hidratos de carbono complexos, em vez de açúcares de absorção rápida
As castanhas contêm fibras que promovem o bom funcionamento intestinal, contribuindo também para uma microbiota intestinal saudável. São ainda fontes de vitaminas do complexo B, nomeadamente B1, B2 e B6, ajudando a combater o cansaço e, fontes de vitamina C, que reforça o sistema imunitário, tão necessário nesta época do ano. Comportam uma boa percentagem de minerais, especialmente de potássio mineral importante na regulação da pressão arterial e, por isso, na saúde cardiovascular. Contêm ainda outros minerais como o magnésio, ferro e fósforo. E, ao contrário das nozes (também desta época), têm um baixo teor de gordura. Não esquecendo ainda a sua enorme versatilidade culinária, pois podem ser consumidas de inúmeras formas: assadas, cozidas, em puré, em sopas ou como acompanhamento de pratos de carne, em vez das batatas ou dos cereais como o arroz.
ao contrário das nozes (também desta época), têm um baixo teor de gordura
Deste modo, 10 castanhas equivalem, aproximadamente a 6 colheres de sopa de arroz cozido. Por não conterem glúten, podem ser uma excelente alternativa para a confeção de bolos ou pães em casos de intolerâncias a este composto. Claro que, e, como tudo, devem ser consumidas em porções equilibradas e com moderação, principalmente em planos alimentares para redução de peso/massa gorda, uma vez que não são isentas de calorias. Juntando a estes benefícios nutricionais o facto de a castanha ser um produto local e sazonal, torna-a um produto essencial na redução da pegada ecológica, fomentando a sustentabilidade. A castanha é muito mais que tradição e um mero “petisco”, é um alimento completo, energético, nutritivo e sustentável!

Brícia Mendes
Nutricionista 4115 N









































