HIC ET NUNC | Pensar e planear o concelho

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Nas eleições autárquicas, a política é, muitas vezes, uma mistura de promessas, planos e funções essenciais que passam de mão em mão. Alguns candidatos entram em cena prometendo dedicação total às responsabilidades do município, quase como quem assume um bisturi durante uma cirurgia, com a responsabilidade e precisão exigíveis. No entanto, a vida tem caminhos próprios e nem todas as promessas se transformam em ações. Isso leva a uma reflexão simples: assumir um cargo público deve ser mais do que palavras, deve ser compromisso e acompanhamento diário.
Por outro lado, há candidaturas que aparecem quase sem campanha própria, confiando na notoriedade do partido, para transmitir a sua mensagem. Sem esforço, planeamento e reduzido grau de comprometimento, conseguem alcançar os resultados pretendidos.
Alguns partidos surgem com força apenas durante as campanhas, aparecendo como cometas que brilham intensamente por breves momentos e depois se tornam menos visíveis. Isso desperta uma reflexão natural: presença contínua ou pontual? Trabalho constante ou visibilidade apenas no momento certo?

Muitas vezes, os temas escolhidos em campanha soam bem aos ouvidos dos eleitores, mas deixam outra pergunta no ar: será que tudo aquilo será possível de cumprir? No final, o que realmente conta é como essas palavras se transformam em resultados concretos no dia a dia dos cidadãos.
A gestão de um concelho envolve Câmara, Juntas de Freguesia e Assembleia Municipal, que devem trabalhar em conjunto para que tudo funcione. Orçamentos volumosos e projetos estratégicos mostram ambição, mas exigem execução cuidadosa. É como um menu completo servido numa só bandeja: tudo chega junto, mas é preciso garantir que cada prato chegue quente e saboroso à mesa. Entre planos ambiciosos e âncoras que prometem estabilidade, o desafio é equilibrar visão e prática, devendo-se evitar que algumas promessas fiquem apenas na vitrine.
No fim, a questão que permanece é simples: queremos políticos que falem bem ou que façam bem? Quem esteja presente de forma consistente ou apenas nas fotografias e cartazes? Entre promessas e planos, o essencial é que o concelho funcione, que as decisões sejam sentidas no quotidiano e que os cidadãos percebam que há compromisso e continuidade, independentemente de quem segura o microfone ou a bandeira.
Pensar e planear deve ser mais importante do que a simples discussão de ideias, deve-se garantir que o concelho funciona para todos os munícipes.

João Santos
Vice-presidente da concelhia de Pombal do CDS-PP