Com arrozais que se estendem do Mondego ao mar, um património vivo de barcas, salinas, pesca artesanal e termas, o território agrícola entre a Figueira da Foz, Pombal e Soure quer deixar de ser periferia e passar a ser uma referência nacional na produção e no turismo rizícola. Para isso, o primeiro passo já foi dado, ao ser criada, no dia 24 de Junho, a Associação de Freguesias do Vale do Pranto, da qual fazem parte Samuel, Louriçal, Vinha da Rainha, Alqueidão, Paião, Lavos e São Pedro, unidas por um elemento identitário comum: o rio Pranto.

Um dia após a formalização do projecto, cerca de uma centena de pessoas assistiu, no Mosteiro de Santa Maria de Seiça (Paião), à sessão pública de apresentação da associação e da Estratégia de Valorização e Promoção prevista para os próximos cinco anos.
“O Vale do Pranto tem todos os ingredientes para ser o próximo grande território identitário do arroz português”
“O Vale do Pranto tem todos os ingredientes para ser o próximo grande território identitário do arroz português”, ancorando o seu desenvolvimento no “património rizícola, na singularidade da paisagem, das tradições e no saber-fazer das suas gentes”, declarou Cristóvão Monteiro, coordenador do plano e especialista em place branding,
Durante a sessão, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, destacou o trabalho em curso com vista à melhoria das infraestruturas portuárias, de forma a permitir que a região possa vir a receber cruzeiros.
Também Pedro Pimpão, presidente da Câmara de Pombal, manifestou o seu apoio ao projecto, sublinhando a sua consonância com a estratégia de afirmação turística e de captação de investimento do município.

Jorge Brito, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, defendeu a importância de articular esta iniciativa com as políticas públicas em curso a nível regional, nacional e europeu. Destacou ainda o potencial do projecto para reforçar a coesão territorial e promover uma abordagem integrada ao desenvolvimento do Vale do Pranto.
A estratégia, coordenada pela consultora CH Group com o apoio científico do CEIT – Centro Estratégico de Inovação Territorial, integra mais de 30 projectos mobilizadores, onde se incluem, entre outros, a criação de um selo de origem para os produtos locais, um festival gastronómico, rotas de turismo agrícola e termal, um programa educacional nas escolas, certificação das artes tradicionais e um portal digital de promoção territorial e comercialização de produtos locais.
“Esta união (…) é uma resposta política clara à fragmentação e à invisibilidade com que este território tem sido tratado”
“Esta união nasce do território e das suas gentes. É uma resposta política clara à fragmentação e à invisibilidade com que este território tem sido tratado”, afirmou Sérgio Monteiro, presidente da Junta de Freguesia de Samuel, em nome dos sete autarcas envolvidos.

*Notícia publicada na edição impressa de 3 de Julho







































