O escritor Paulo Moreiras, residente no concelho de Pombal, foi distinguido com o Prémio P.E.N. de Ficção Narrativa, pela obra “A Vida Airada de Dom Perdigote”, publicada pela Casa das Letras em 2023. Na mesma altura foi anunciado também o prémio Poesia, atribuído a Luís Quintais. Cada um deles vai receber cinco mil euros.

O romance “A Vida Airada de Dom Perdigote” venceu na categoria de Narrativa, com a decisão do júri, composto por Sérgio Guimarães de Sousa (professor na Universidade do Minho e director da Casa de Camilo), Teresa Carvalho (crítica literária e investigadora) e Everton Machado (professor universitário), a ser tomada por unanimidade. Segundo um comunicado do P.E.N. Portugal, o júri considerou “tratar-se de uma obra de notável fôlego romanesco, que, além de reabilitar com virtuosismo o género picaresco e, mais latamente, o romance histórico, revela uma opulência lexical invulgar e um investimento não menos invulgar na expressividade literária”.
Contactado pelo Pombal Jornal, Paulo Moreiras já reagiu a esta distinção. “Foi com muita alegria e emoção que recebi o anúncio do prémio. É uma confirmação do meu trabalho no reavivar da Língua Portuguesa e da Literatura Picaresca, género em que trabalho há mais de vinte anos”, disse. Com este prémio, “A Vida Airada de Dom Perdigote” confirma-se como uma das obras mais marcantes da ficção portuguesa recente, sendo amplamente aclamado pela crítica, e reafirma Paulo Moreiras como um dos principais cultores da tradição picaresca na literatura portuguesa contemporânea.
O livro teve a sua primeira apresentação pública na Póvoa de Varzim, durante o festival Correntes d’Escritas, e sucede a “Misericórdia”, de Lídia Jorge, vencedora da edição anterior do Prémio P.E.N. Os finalistas deste ano, na categoria Narrativa, foram Hélia Correia, H. G. Cancela, Djaimilia Pereira de Almeida e Clara Macedo Cabral, além de Paulo Moreiras.
Nascido em Lourenço Marques (actual Maputo), em 1969, Paulo Moreiras iniciou-se na banda desenhada antes de se dedicar à literatura. Estreou-se no romance com “A Demanda de D. Fuas Bragatela” (2002) e publicou ainda “Os Dias de Saturno” (2009), “O Ouro dos Corcundas” (2011) e “O Caminho do Burro” (2021), além de livros sobre gastronomia como “Elogio da Ginja” (2006) e “Pão & Vinho” (2014).
Os Prémios P.E.N. são atribuídos alternadamente; este ano foram abrangidas as categorias de Poesia e Narrativa, no próximo ano serão distinguidas obras nas de Ensaio e Tradução.











































