A vida de Marta Coelho reparte-se entre Pombal e Lisboa. A designer de moda fundou uma marca em nome próprio, que valoriza as matérias-primas amigas do ambiente. As peças de vestuário, todas confecciondas à mão, já chamaram a atenção de figuras públicas.

Marta Coelho faz uma viagem ao passado para recordar a paixão que transporta, desde a meninice, pelos trabalhos manuais. Do baú, resgata episódios desta ligação às artes e à criatividade que haveriam de lhe moldar o percurso. No secundário, as Artes Visuais assumiram-se como a escolha natural, mas só no 12º ano descobriu que a moda a fascinava o suficiente para prosseguir a formação académica nesta área. Fez a licenciatura em Design de Moda e Têxtil, na Escola Superior de Artes Aplicadas, em Castelo Branco, onde encontrou um curso com uma forte componente prática e lhe abriu os horizontes. “É muito importante, para quem cria, ter noção de como é que uma peça se constrói”, nota.
Em 2021, e recém-chegada ao mercado de trabalho, chocou de frente com a “realidade”, mas o embate não a paralisou: inspirou. O que para muitos seria factor de desmotivação, para Marta Coelho transformou-se em oportunidade. “Foi então que começou a surgir a hipótese de criar a própria marca”, conjugada com a primeira participação num desfile de moda sustentável e uma dose extra de motivação, dada pelas amigas, que lhe pediam para confeccionar roupa para elas.
Marta Coelho precisou de menos de um ano para ‘costurar’ o projecto e fazer nascer a marca que transporta para o universo da moda a defesa do meio ambiente. Ao compromisso com a sustentabilidade, juntou-lhe criatividade, excelência, qualidade, ética, inovação e conforto.
Da colecção de acessórios com que se deu a conhecer saíram Tote Bags, feitos a partir de materiais como algodão ecológico, cortiça portuguesa, pinatex ou burel. Marta Coelho quis marcar a diferença, minimizar o investimento e apresentar os valores-base do seu trabalho, antes de se dedicar ao vestuário.
No meio deste turbilhão de emoções próprias de quem vê nascer algo novo, Marta Coelho ainda se inscreveu no mestrado em Branding e Design de Moda, participou em mais dois desfiles de moda, um deles com passagem à final, o que lhe garantiu uma viagem até Milão, onde teve oportunidade de divulgar o seu projecto.
O ano de 2024 marca o arranque de uma nova etapa. Marta Coelho lança a Bioluminescência, a primeira colecção-cápsula de vestuário, que chamou a atenção de figuras públicas como apresentadora de televisão Maria Botelho Moniz ou a actriz Sara Prata. “Isso ajudou muito na divulgação da marca e da página”, revela. No mesmo período, lança o site, com loja online.
Com estampados exclusivos, desenhados pela própria Marta, e tecidos em algodão orgânico ou poliéster reciclado, a Bioluminescência reforça os valores da marca.
Coloridas, versáteis e pensadas para vestir diferentes tipos de corpo, as peças assinadas por Marta Coelho são idealizadas para mulheres de todas as estaturas e idades. Para as que não encontram tamanhos nas lojas convencionais, a marca cria peças por medida, no ateliê, em Lisboa.
“Tem sido uma loucura conciliar tudo, mas esse tem sido, também, o principal desafio”, conta a jovem designer de 25 anos, com uma serenidade que esconde a energia que lhe move as conquistas.
O sucesso cresceu ao ritmo da dedicação de Marta e, com a próxima colecção prestes a ver a luz do dia, a jovem criadora, que veste consciência, beleza e futuro, sonha agora com a internacionalização.
*Notícia publicada na edição impressa de 17 de Julho









































