Inspecção concluiu que uma das mortes em Pombal podia ter sido evitada

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A Inspecção-Geral da Saúde concluiu as investigações às 12 mortes registadas durante greves dos técnicos de emergência pré-hospitalar no Outono de 2024 e em três delas associou os óbitos ao atraso no socorro, em que um dos casos se registou em Pombal.
As greves dos técnicos de emergência pré-hospitalar do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em Outubro e Novembro do ano passado, agravaram os atrasos nos atendimentos.
Nesse período, foram registadas pelo menos 12 mortes que levaram a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) a abrir inquéritos para apurar eventuais relações entre os atrasos no socorro e os óbitos.
Em relação à morte de um homem de 53 anos no concelho do Pombal, a 4 de Novembro, a IGAS concluiu que poderia ter sido evitada, caso tivesse havido um socorro, num tempo mínimo e razoável, que tornasse possível o transporte da vítima, através de uma Via Verde Coronária, para um dos hospitais mais próximos, onde poderia ser submetido a angioplastia coronária numa das respectivas Unidades Hemodinâmicas.

O relatório foi remetido ao INEM, para que o conselho directivo decida sobre a instauração de um procedimento disciplinar a uma técnica de emergência pré-hospitalar, por haver indícios de falha no socorro, e sobre a manutenção da prestação de serviços a um médico, pela “gravidade dos factos praticados na prestação de socorro à vítima”.
Sobre a morte de um homem de 90 anos, residente no concelho de Pombal, também no dia 4 de Novembro, neste caso foi rejeitado pela IGAS qualquer nexo de causalidade entre a demora no atendimento da chamada de socorro pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e a morte do utente. A IGAS considerou que as probabilidades de sobrevivência deste homem, de 90 anos, “seriam semelhantes, mesmo em condições optimizadas”.
Em relação ao homem de 95 anos que morreu em Ansião, igualmente no dia 4 de Novembro, a IGAS concluiu também não ser possível estabelecer nexo de causalidade entre a demora no atendimento da chamada de socorro pelo CODU e o desfecho fatal, alegando que a peritagem médica referiu que, numa paragem cardíaca em doentes com idade superior a 90 anos, a “taxa de sobrevida é reduzida e o desfecho seria provavelmente semelhante, mes­mo em condições optimizadas”.

 

Viúva vai avançar com processo

(…)

A expectativa, segundo Carla Rocha, é que dentro de cerca de um mês a família já tenha acesso ao “despacho e conclusão do Ministério Público” para poder avançar com um processo na justiça. “Nem que seja a última coisa que faça em vida, para honrar o bom nome do meu menino.”


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