Carpete em bracejo da Ilha chega a Torres Vedras

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Cidália Botas (à dir.), directora do Museu de Arte Popular, com os visitantes

Uma carpete em bracejo da Ilha, com 350 cm de diâmetro, está exposta até ao dia 2 de Setembro na aldeia de Folgarosa, concelho de Torres Vedras. A iniciativa está integrada no projecto “Museu na Aldeia” e envolve 13 aldeias que estão a receber as peças dos 13 museus do território da Rede Cultura 2027, que candidata Leiria a Capital Europeia da Cultura.
Feita em bracejo, a carpete gigante pertence ao museu de Arte Popular Portuguesa, localizado no centro histórico de Pombal, e é o resultado da criação colectiva das artesãs da Cooperativa de Cestinhos da Ilha e de 278 voluntários do concelho. A peça foi executada a partir de uma trança de bracejo de cinco pavios, com cerca de 2020 metros de comprimento, cosida com baraço de junça e linhol. Forma um painel decorativo redondo, composto por um centro de roda, seguido de um padrão de cinco faixas decorativas, que alternam entre si entre três filas de aselhas duplas e uma de parras de 13 voltas.

Numa nota enviada à imprensa, a Rede Cultura 2027 adianta que o projecto decorre até ao fim de 2022, ano em que as aldeias vão ao museu apresentar a reinterpretação das peças, num momento performático com apoio da equipa artística da Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP). Será criado um museu virtual, com informação que permita a replicação e disseminação do processo noutros pontos do país. Em paralelo, decorrerá uma avaliação do impacto que conta com a colaboração do Politécnico de Leiria. Trata-se do primeiro projecto da Rede 2027 apoiado pela Iniciativa Portugal Inovação Social.
O Museu na Aldeia arrancou em Dezembro de 2020, em Pedrogão Grande, e tem posto em contacto as populações mais isoladas de 13 aldeias com 13 museus da Rede Cultura, responsável pela candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura. A iniciativa integra as acções da Rede Cultura, é promovida pela Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP) e pretende, acima de tudo, chegar a idosos autónomos com mais de 65 anos que vivam em comunidades mais isoladas e que se encontrem em solidão.