Já existe há mais de dois anos mas talvez ainda poucos saibam da sua existência. A Batalha do Marquês é um movimento de rua que se iniciou em Pombal por iniciativa de Pedro Carvalho, conhecido nas ruas como PeZe, que tinha o objectivo de implementar uma batalha de rimas inspirada na cultura do Brasil. Pediu ajuda a um amigo, o Gabriel Gonçalves, conhecido como Gabz, e a 16 de Junho de 2023 foi organizada a primeira Batalha do Marquês na cidade. Entretanto PeZe emigrou e, apesar de alguns altos e baixos, as batalhas têm continuado e, segundo Gabz, “estão mais vivas do que nunca”.

Mas o que é afinal uma batalha de rimas e onde é que se pode ver a Batalha do Marquês? Gabz explica que, regra geral, as batalhas realizam-se todas as sextas-feiras, pelas 22h, no Skatepark de Pombal, junto às Piscinas Municipais. Numa batalha, dois MC’s enfrentam-se em rimas de improviso, nas quais tentam aproveitar a envolvente, aquilo que o adversário está a demonstrar ou uma fala do adversário. O objectivo é atingir através das palavras mas, no final, todos acabam por se dar bem. A batalha pode ser decidida por votos de jurados ou pela plateia que assiste. Segundo Gabz, “o mais difícil e mais louvável numa batalha de freestyle é conseguirmos manter o argumento que é imposto desde o início”. Todos os interessados em assistir ou até experimentar batalhar podem juntar-se ao grupo e acompanhar as novidades através do instagram da Batalha do Marquês. “É difícil começar, mas nós tentamos sempre abraçar todas as pessoas que tenham interesse em participar nesta cultura. Não há julgamentos. Claro que no início vão sentir diculdades, vão travar na rima, mas isso não é minimamente censurável e nós estamos cá para apoiar”, garante Gabz.
Recentemente, como forma de se darem a conhecer à população e mostrar o que fazem habitualmente, a Batalha do Marquês juntou-se ao festival Faz P’Art, a convite da Casa Varela – Centro de Experimentação Artística. Oito MC’s competiram nesta edição e surpreenderam quem passou pelo evento. Existe a intenção das batalhas serem feitas mais no centro da cidade, mas para isso são precisos alguns apoios porque é necessário pagar licenças de ruído. Nesse sentido, a ligação estabelecida com a Casa Varela pode vir a dar alguns frutos num futuro próximo.
Gabz começou a fazer rimas, em freestyle livre, aos 15 anos, inspirando-se no pai e no avô que faziam desgarradas. “Faço essa analogia de que as batalhas de rimas são desgarradas modernas”, diz. Impulsionado por PeZe, fez a transição para as batalhas e estreou-se na primeira edição da Batalha do Marquês. Começou a focar-se mais nesta arte e hoje em dia já participa em batalhas em todos os pontos do país. Na edição a que assistimos, durante o Faz P’Art, Gabz foi o vencedor.
*Notícia publicada na edição impressa de 25 de Setembro









































