Reutilização de estrume de aves destinada à produção de energia

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A empresa Campoaves, pertencente ao Grupo Lusiaves, criou, em colaboração com a Universidade de Aveiro, uma caldeira a biomassa que utiliza, como matéria-prima, o estrume avícola para a produção de vapor e energia térmica. Segundo o grupo empresarial, trata-se de um sistema duplamente eficaz, uma vez que permite a redução da emissão de CO2 e garante, simultaneamente, o escoamento do estrume avícola. “A criação desta caldeira é vista como um investimento estruturante para o Grupo, ao valorizar um resíduo que, até então, representava um custo” e, ao mesmo tempo, concede “maior independência da utilização de combustíveis fósseis”.
A biomassa é actualmente uma das principais fontes de energia renovável utilizada pelo Grupo, destinada à produção de vapor de água e água quente, necessários para a actividade. Além disso, a energia resultante deste processo é praticamente neutra em termos de emissão de CO2. “Temos caldeiras a gás nas unidades industriais, simplesmente para utilizar em caso de falha nas caldeiras de biomassa. Ao longo do ano, conseguimos ter caldeiras a gás que apenas entram em funcionamento para a manutenção das caldeiras de biomassa. Todo o calor necessário à produção avícola é gerado através de biomassa”, explica Helena Coelho, responsável pela área do Ambiente do Grupo Lusiaves.
Uma estratégia enquadrada na promoção de uma política ambiental da Lusiaves, que defende a sustentabilidade dos recursos e a economia circular. “É importante referir que todas as instalações industriais têm, também, um plano de racionalização energética, com medidas específicas que permitem reduzir o consumo de energia e tornar as unidades mais eficientes a nível energético”, explica. Neste campo, a Lusiaves destaca, ainda, a utilização de painéis fotovoltaicos em grande parte das instalações do Grupo, produzindo “energia limpa”.
“Em 2019, já produzimos 7.000 megawatts de energia eléctrica a partir de energia solar, os quais foram descarregados na rede pública. Cada vez que construímos novas instalações, dotamo-las de painéis fotovoltaicos”, afirma a responsável de Ambiente do Grupo. Contudo, o objectivo é alargar esta aposta e, no futuro, colocar painéis solares destinados à produção de água quente, investimento que já foi feito numa das unidades industriais do Grupo.

Preocupação ambiental
A “correcta gestão ambiental” é apontada pelo Grupo Lusiaves como “uma das preocupações”, com a monitorização e acompanhamento do impacto ambiental da actividade desenvolvida a ter lugar “a montante e a jusante da cadeia de valor”. Segundo o grupo empresarial, a gestão ambiental implica o acompanhamento de todas as etapas da actividade industrial. “O nosso acompanhamento é ao longo de toda a vida. Um projecto inicia com a administração a informar a pretensão de construir uma determinada instalação”, relata Helena Coelho. O passo seguinte incide na elaboração de um “estudo prévio, que nos vai permitir saber as medidas a implementar durante a fase de construção e ao longo da fase de exploração”, explica aquela responsável.

*Notícia publicada na edição impressa de 14 de Maio