Nas últimas décadas o ensino na sociedade ocidental passou de ensinamento para a doutrinação do povo, ou seja, não se diz a população como pensar, mas sim o que devem pensar, isso nos espíritos dos mais fracos pode ter um efeito devastador para a liberdade.
A causa efeito é refletida nas contradições da sociedade atual, o autoritarismo contra a democracia e sua regras ultraliberais alimentam as frustrações dos mais fracos e potencia confrontos de culturas. A liberdade reside em ser capaz de agir com responsabilidade, cumprindo com o seu dever, ainda que isso exija esforço ou sacrifício.
Na política também se reflete esta tendência. Os políticos que deveriam ser pautados pela transparência e pelo diálogo, tem se transformado nas últimas décadas em um perigoso jogo de manipulação. Em vez de promover uma população consciente e participativa, alguns líderes e partidos utilizam a educação, os meios de comunicação e até as redes sociais como instrumentos de doutrinação.
O objetivo não é formar cidadãos críticos, mas manter eleitores fiéis.
O povo não precisa de políticos que pensem por ele, mas de líderes que garantam as condições para que ele pense por si mesmo. Romper o ciclo da doutrinação exige educação de qualidade, liberdade de expressão e uma cultura política baseada no diálogo. Não na manipulação.
Somente quando o cidadão retomar o poder da reflexão e da escolha consciente, a política voltará a cumprir seu verdadeiro papel: servir ao povo, e não se servir dele.
César Couto
Membro da Assembleia de Freguesia da Ilha
