O Cartão Branco é um recurso pedagógico implementado em 2015 em Portugal, pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ). Serve para reconhecer e recompensar comportamentos eticamente relevantes no desporto, no âmbito do Plano Nacional de Ética no Desporto, e é aplicado a atletas, treinadores, árbitros, espectadores e outros agentes desportivos em várias modalidades, especialmente no desporto escolar e em escalões de formação. Em vez de punir, este cartão destaca atitudes positivas.
A pombalense Mariana Fontes, árbitra da Associação de Basquetebol de Leiria há 18 anos, destacou-se na época passada ao mostrar 17 vezes a cartolina branca. Além disso, enquanto presidente do Conselho de Arbitragem distrital (a primeira mulher a exercer o cargo no distrito de Leiria), dinamizou acções de formação e sensibilização, promovendo a adopção de comportamentos éticos entre os jovens árbitros. Por isso, foi distinguida recentemente com uma menção honrosa, na cerimónia Cartão Branco 2024/2025, organizada pelo IPDJ e que se realizou a 6 de Novembro, no Centro de Juventude de Lisboa.
“Tento valorizar bastante quem tem boas atitudes, principalmente nos jogos dos escalões de formação”, explica Mariana Fontes, para quem os árbitros deveriam mostrar mais vezes o cartão branco.
A árbitra diz que a atitude que acontece mais vezes é ajuizar mal um lance, por exemplo quando a bola sai de campo, e os jovens jogadores assumirem que foram eles que tocaram em último lugar na bola, repondo a verdade no lance.
Mas Mariana Fontes já mostrou o cartão ao público que apoia uma equipa ou a treinadores que têm atitudes positivas com outras equipas ou ajudam no decorrer do jogo. A árbitra entende que não há perigo de banalizar a amostragem do cartão branco e até afirma que seria óptimo se fosse mostrado em todos os jogos.
O facto de trabalhar diariamente com crianças é algo que encara como positivo, pois permite-lhe entender melhor os mais novos e ajuda na hora de arbitrar um jogo.
*Artigo publicado na edição impressa de 4 de Dezembro
