Cafetaria do Castelo vai reabrir com gestão privada

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A Cafetaria do Castelo, localizada nas imediações do Castelo de Pombal, pode voltar a abrir ao público em breve, mas com a exploração a ser feita por privados. Essa é pelo menos a intenção da Câmara Municipal, que aprovou as condições gerais da concessão e deu autorização para celebração de contrato.
O objectivo é que a Cafetaria do Castelo volte a funcionar “precisamente como uma infra-estrutura de apoio à visitação do Castelo”, que “não tem casas-de-banho nem nenhuma infra-estrutura de apoio nas [suas] imediações”, explicou o presidente da autarquia, revelando que “temos tido várias manifestações de interesse para realizar diversas iniciativas culturais naquele espaço”.
Assim, a Cafetaria do Castelo vai a concurso público com uma renda mensal “nunca inferior ao valor de 250 euros, acrescidos de IVA”.
De acordo com a proposta aprovada por maioria, o arrendatário vai usufruir de “uma redução” na renda de 50% no primeiro ano, 40% no segundo e 20% no terceiro. Estes descontos têm a ver com uma “medida de apoio ao empreendedorismo”.

CAFETARIA COM PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Caso sejam apresentadas várias propostas para arrendamento da Cafetaria do Castelo, não será escolhida aquela que seja economicamente mais vantajosa. Mais valorizado que o preço da renda mensal será a “qualidade e mais-valia” do projecto para o espaço e público-alvo, a “viabilidade económica” num prazo de “cinco anos” e a “experiência relevante [do arrendatário] para o projecto, nomeadamente associada a gestão de negócios”.
A concessão da Cafetaria do Castelo a privados não agrada aos vereadores da oposição, que votaram contra a proposta. “Não concordamos que este espaço continue neste ramo comercial de cafetaria”, referiu o vereador Luís Simões, alegando que se trata de “uma situação muito diferente do Café Concerto”.
Tendo em conta a “própria localização, esta infra-estrutura deveria ser convertida para outro ramo, nomeadamente numa infra-estrutura de apoio ao Castelo a nível cultural”, explicou o socialista, sugerindo criar ali “um espaço de exposições temporárias” que permitisse diversificar a “nossa oferta de espaços culturais” e acrescentar ali “mais um ponto de interesse do ponto de vista cultural para quem visita o Castelo”.
“Esta nossa posição tem a ver com o facto de poder não ser viável para um privado a exploração daquele espaço”, esclareceu a vereadora Odete Alves, alertando para a possibilidade de “não haver uma continuidade de exploração como já aconteceu noutros espaços municipais”.
Afinal, “pode não compensar ao privado ter ali um trabalhador a tempo completo e não retirar o necessário para justificar o investimento e todas as despesas associadas à abertura de um estabelecimento comercial”, advertiu, sugerindo “reconverter aquele espaço numa sala de exposições temporárias relacionadas com o tema dos templários” e “colocar ali uma máquina vending” para colmatar a falta de estabelecimentos comerciais nas imediações.
Também foi com “com algum lamento” que os eleitos pelo PS para a Assembleia Municipal perceberam que a autarquia pretende entregar a gestão da Cafetaria do Castelo a privados, uma vez que consideram que “esta solução não é viável economicamente”.
Neste sentido, o líder da bancada socialista teme que o “privado não faça a devida rentabilização e a prestação de um serviço de qualidade aos pombalenses”.
Por isso, João Coelho propôs “transformar aquele espaço num centro interpretativo da história do castelo”.
“A nossa proposta também prevê a mais-valia da programação cultural e exposições”, recordou o presidente da autarquia, Pedro Pimpão, convicto de que “podemos combinar estes dois mundos para dinamizar aquele espaço nobre e importante para a nossa comunidade”.

Carina Gonçalves | Jornalista

*Notícia publicada na edição impressa de 28 de Setembro