Joaquim Eusébio promove azulejaria do Louriçal

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“Os Ciclos de Azulejos da Igreja do Convento do Louriçal” é o título do livro de autoria de Joaquim Videira Eusébio que será apresentado hoje, a partir das 18h30, na Capela da Misericórdia do Louriçal.

Orlando Cardoso (texto)

A obra, publicada pela Câmara Municipal de Pombal, resulta da tese de Mestrado em História de Arte que o autor da monografia “Pombal 8 Séculos de História” concluiu na Universidade de Montreal (Canadá).

A publicação é constituída por mais de duas centenas de páginas, ilustradas por fotografias dos azulejos da Igreja do Convento do Louriçal, e será apresentada pelo seu autor, que se fará acompanhar por diversos especialistas e historiadores da azulejaria.

Segundo Joaquim Eusébio, um dos objectivos “foi de estudar os 34 azulejos do século XVIII, que são um ex-líbris da cultura visual portuguesa”, mas também, “a ausência de estudos sobre a azulejaria portuguesa”. O antigo professor de História esclarece que o Convento do Louriçal “tem um espólio riquíssimo”, algum do qual está fechado ao público, e que “é preciso dar a conhecer”, até porque “é característica da arte decorativa portuguesa”.

De acordo com a Câmara Municipal, que investiu mais de dez mil euros na publicação da obra, aquela investigação, que originou o livro, “demorou um ano e meio a fazer, sendo que bastaram seis meses para a sua redacção”. O autor destaca “a grande receptividade e apoio” da comunidade de clausura das Irmãs Clarissas do Desagravo, que residem no Mosteiro do Santíssimo Sacramento do Louriçal, que permitiram que fossem fotografadas “estampas do século XVIII que se encontram no interior do Convento”.

Joaquim Eusébio mostra-se “muito satisfeito” por, com esta obra “deixar um instrumento que possa servir para dar a conhecer a azulejaria portuguesa”, dando relevo “a um trabalho de pintura anónimo destas pessoas, sem grande formação”, acrescentando que aquela “é uma obra realizada não de forma emotiva mas científica”.

Licenciado em História, Joaquim Eusébio é natural de Lisboa mas pombalense por adopção, onde foi professor na Escola Secundária, tal como aconteceu em Setúbal e Coimbra. Leccionou ainda na Escola Tecnológica Artística e Profissional de Pombal e no Instituto D. João V (Louriçal). Em Pombal, foi co-fundador, director, encenador e actor do Teatro Amador de Pombal, e na década de 80 do século passado por membro da Assembleia Municipal, eleito pelo Partido Comunista Português. Foi também co-fundador da Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental, da Cooperativa Rádio Clube de Pombal e do Rotary Club de Pombal, entre outros instituições e colectividades.

Em 1999 radicou-se no Canadá, onde leccionou até se ter aposentado em 2008. Nesse mesmo ano concluiu o Mestrado em História de Arte com a tese, agora publicada em livro. Prepara actualmente o Doutoramento em História da Arte com a defesa da tese “As representações de Santo António (1190-1231) na azulejaria portuguesa dos séculos XVII e XVIII. A construção dum mito”.

Notícia publicada na Edição nº65, de 17 de Setembro