EXAME FINAL | De 0 a 20

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Nota 20 – Portugueses: Tenho por hábito escrever estas notas em sentido crescente, ou seja, da mais baixa para a mais alta, porém os PORTUGUESES merecem ficar no pódio! Merecem este reconhecimento por, mais uma vez, terem sido um exemplo para o mundo pela forma como reagiram à pandemia do Covid 19. Os portugueses ficaram em casa sem que para isso tivessem sido obrigados, quando as autoridades ordenaram o confinamento já Portugal estava em casa, ou mentalizado a fazê-lo. Cumprimos as regras, adaptamos-mos às circunstâncias, reajustámos as nossas vidas, pensámos no próximo antes de pensarmos em nós próprios e vencemos a batalha. Enquanto uns portugueses ficaram em casa, outros tiveram de continuar a trabalhar, correndo riscos, na chamada linha da frente. Os profissionais de saúde foram e são os primeiros dessa linha, e merecerem todo o nosso reconhecimento, mas há mais gente a merecer a nossa vénia: os bombeiros, as forças de segurança, os “homens do lixo”, os trabalhadores dos supermercados, os professores – que fizeram um enorme esforço de adaptação à nova realidade –, entre muitos/as outros/as portugueses/as. Também as autarquias locais, municípios e freguesias, mostraram, mais uma vez, a importância que têm na nossa sociedade, pela sua proximidade aos problemas reais, pela rápida capacidade de resposta e por uma enorme capacidade criativa (ou de desenrasque) que lhes permite ir até para além das suas áreas típicas de atuação. Mas também o governo e os partidos com representação parlamentar estiveram à altura das responsabilidades, contribuindo para um forte e coeso espírito de unidade nacional, determinante para a transmissão da mensagem pretendida e, por conseguinte, para o sucesso da missão. Claro que existem algumas arestas a limar, designadamente nas medidas de apoio à atividade económica, seja no acesso a financiamento por parte das empresas, seja no tempo de pagamento das comparticipações estatais do layoff, seja na ausência de apoio a algumas classes profissionais, como é o caso dos advogados. No desconfinamento que ora vivemos os portugueses continuam a reagir de forma cautelosa e responsável. Nesta fase surgirão novos heróis, entre eles os comerciantes, os empresários, os profissionais associados ao turismo e à restauração. Estes têm pela frente a tarefa hercúlea de reabrir estabelecimentos, recuperar os prejuízos acumulados, continuar a pagar ordenados e, sobretudo, não desanimar e não mandar a toalha ao chão. Termino assim a deixar uma palavra de estímulo e de solidariedade aos empresários e comerciantes de Pombal.

Nota 5 – Timings políticos: Atravessámos (e continuamos a atravessar, apesar de forma mais ligeira) o maior desafio da nossa vida coletiva, verificado nas últimas décadas. É verdade que até em tempos de exceção como aqueles que vivemos a democracia não se suspende, contudo foram momentos de grande e necessário espírito de união a todos os níveis de atuação política. Pelo que da mesma forma que não se entende como é que os dois principais responsáveis políticos do país optaram por escolher este tempo para introduzir o tema das eleições presidenciais, também não se entende, nem se aceita, como é que ao nível local se tomam decisões e se fomentam querelas contrárias ao que se esperava neste contexto: união, coesão e fortalecimento de equipas. Assim, por respeito aos pombalenses, não vou contribuir para esse caminho que considero errático. Porque, não é tempo para dividir, é sim tempo para construir!

João Antunes dos Santos, Advogado, Deputado Municipal PSD e Presidente JSD Distrital Leiria
joao@antunesdossantos.pt