RENDALÍSSIMA | BOHO em época de frio

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É uma dúvida comum, daquelas que surgem todos os meses. Volta e meia, há uma nova cliente a perguntar-me como manter o seu estilo Boho durante o Inverno. Dizem ser mais fácil na altura do calor e o meu objectivo hoje é simplificar a questão.
Sabemos que cada pessoa reúne um máximo de três influências no que ao seu estilo diz respeito. Uma delas, dominante, corresponde sempre ao leque de oito que as Consultoras de Imagem usam como referência e as duas restantes podem consistir em qualquer outra corrente resultante de movimentos urbanos, filosóficos ou musicais, por exemplo. Todos se fundem formando aquilo a que designamos por estilo pessoal.
Não vou aqui dar uma seca acerca das origens do Boho, um estilo com uma origem histórica, social e fortemente cultural. Importa, isso sim, resumir a sua linha estética do ponto de vista visual: cortes soltos e fluídos, bordados sul americanos coloridos, malhas confortáveis, rendas, tecidos em algodão, franjas, pompons, camurças, cabedais e joalharia étnica. Entre as cores e as estampas, destacam-se os tons neutros, terra, brancos sujos, tie dye, padrões florais e outros geométricos, a aludir a motivos tribais.
Actualmente, para não cair nas malhas do demodé, o Boho mistura-se com o minimalismo, pisca o olho ao grunge, rouba acessórios ao western e adopta peças tomboy… mas vamos ao que interessa: como o usamos em época de frio?

 

 


Vestimo-nos por camadas: fazemos sobreposições e misturamos materiais sem medo. Usamos casacos em cabedal, malha grossa ou pêlo. Calçamos botas em tons neutros sem esquecer que os saltos nunca são finos e que desde 2015/2016 é aceitável usar ténis, mas nada de daddy sneakers. De resto, fazemos como no Verão: túnicas, saias longas, maxi vestidos de mangas compridas, peças fluídas. Até os chapéus são para manter, ainda que se altere a escolha do material.

 

 


Escolhemos as botas e os botins nos já referidos tons neutros – preto, castanho, camel, bege, cinza – e em materiais puros e nobres. Preferimos os modelos com detalhes como franjas ou penas e a remeter para a Natureza (animal print também vale!). A inspiração cowboy tem tudo para resultar naquele que é, por excelência, o mais ecléctico dos estilos.

 

 


Sem recear exageros, brincamos com as sobreposições também nos colares. Misturamos metais e usamos em simultâneo muitos colares delicados com motivos étnicos, naturais, como as pedras ou cristais em várias cores. Por outro lado, também podemos optar por peças maiores, sem fugir do couro. Tudo o que nos remeta para culturas diferentes da nossa é bem-vindo, por isso queremos jóias marroquinas, indianas ou que simplesmente nos transmitam uma vibe hippie.

 

 


Damos prioridade aos casacos com pormenores de inspiração étnica, como os bordados coloridos a fazer lembrar os incas, maias e aztecas. Misturamos pêlo com cabedal ou lã, não tememos as franjas e divertimo-nos experimentando colocá-los por cima de outros, menos volumosos.

 

 


Temos uma notória preferência por brincos grandes, coerentes com a estética das peças de vestuário que fazem sentido neste estilo boémio.

 

 


Não resistimos aos vestidos longos, de mangas compridas e com padrões florais. Gostamos das estampas, das borlas, dos pompons, dos bordados. Queremos usá-los com botins e com casacos em pêlo, devidamente coordenados com os acessórios que vincam bem o nosso estilo.

 


Até nos acessórios somos fiéis ao Boho: as carteiras e as clutches são cheias de apliques, missangas e pedrinhas por todo o lado. Os óculos de sol são preferencialmente redondos, num piscar de olho ao característico formato usado pelos hippies dos anos 60. Os chapéus ligeiramente floppy fazem parte do look, sobre um cabelo tão saudável como desalinhado. Há um ar effortless no Boho, mas nunca desleixado.

 

 


Os blusões em ganga repletos de embellishments com um aspecto artesanal ou handmade são uma aposta interessante para quem não quer abrir mão do seu estilo apesar das baixas temperaturas. São múltiplos os modelos que contam com forros bem quentinhos e há imensas parkas no mercado com detalhes do género, que não deixam uma Boho girl ficar mal.

 

 


Nas mãos, a fazer companhia às pulseiras e em concordância com os colares e os brincos, juntamos muitos anéis, numa harmonia gipsy e quase grosseira ou mais delicada para uma vibe mais minimalista e por isso mesmo, moderna. Pedras, símbolos, trabalhados.
Existem imensas lojas específicas para as amantes do Boho, onde se encontram peças apropriadas para todas as estações. Já sabe com quem pode contar para uma ida às compras maravilhosa, não é?

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Depois de se dedicar ao Jornalismo, decidiu aprofundar os seus conhecimentos numa vertente menos explorada ao longo da sua formação académica, a comunicação não-verbal. Após uma especialização em Lisboa em Consultoria de Imagem, lançou-se a título pessoal na área da Moda e assume-se em 2018 como a primeira Fashion Therapist do país. Já foi contratada pelo grupo Sonae para realizar serviços de Personal Shopping aos seus clientes, marca presença na Vogue Fashion's Night Out, trabalhou no grupo Creative Concept como responsável pela gestão dos cursos leccionados e pelo departamento de Comunicação da Creative Academy e exerce funções enquanto Social Media Manager de eventos de Moda. Trabalha de perto com grandes marcas de luxo internacionais sediadas na Avenida da Liberdade e com designers portugueses vocacionados para noivas. Em Pombal tem uma parceria com a Quinta da Concha porque apesar de se mover na capital, tem especial gosto pelo trabalho com clientes da zona centro. Contactos: anarendalltomaz@gmail.com || https://www.anarendalltomaz.com/