HIC ET NUNC | Prioridades autárquicas

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No dia em que vos escrevo esta coluna, 15 de Junho, faz precisamente um ano que organizámos na localidade de Pousadas Vedras, freguesia da Redinha uma conferência dedicada a Sicó e ao seu futuro. Desde que estou na política ativa e desde que comecei a visitar Sicó, mais concretamente a freguesia da Redinha, que esta região se transformou numa prioridade da minha ação e intervenção públicas.
Começaremos esta semana, precisamente pela Redinha, a apresentar aos Pombalenses os nossos candidatos aos diversos órgãos autárquicos do concelho. Esta é uma tarefa difícil quase hercúlea para um pequeno partido que se encontra a recuperar de um estado de quase coma.
Com o CDS-PP e com a atual concelhia, colocar as pessoas no seio da nossa ação não é um mero chavão, defender o património cultural, histórico e natural não são meras ideias sem concretização.
Algumas das alternativas que vão a votos nas próximas autárquicas têm divulgado as suas ideias e planos para o concelho. Um dos objetivos que li algures e que mais me intrigou, é o de duplicar a população residente na zona urbana de Pombal, ou seja, passar dos atuais 10.000 habitantes para 20.000. O objetivo dessa força política que se candidata ao executivo camarário pela primeira vez, não é o de estancar a hemorragia populacional em muitas das nossas freguesias nem contrariar o abandono agrícola, florestal e de algumas dezenas de aldeias. O objetivo, pelo que se percebe, é transformar Pombal numa metrópole maior, com muito mais gente e com muito mais confusão. A nossa cidade é pequena e está encaixada num meio rural, não sendo necessário perder a sua identidade para que seja bom cá viver.
Esta semana, uma outra forca política, muito na moda, apresentou o seu cabeça de lista ao Município de Pombal. O Almadense, deputado na AR, apresentou como principais razões para a sua candidatura, a sua suposta ligação ao concelho e a necessidade de o seu partido ter uma cara conhecida como cabeça de lista para conseguir maior implementação autárquica.
No artigo publicado defende a diminuição do peso do Município no concelho assim como o ataque à subsidio dependência. O Senhor deputado, habituado a outras realidades e à vida na grande metrópole, desconhece que em concelhos pouco populosos é normal a grande relevância do poder municipal na atividade económica, assim como é natural que existam apoios a diversas associações de forma a garantir a atividade cultural, desportiva e social.
A principal questão a rever neste âmbito está relacionada com a forma como se gasta o dinheiro disponível, a identificação dos investimentos necessários e a forma como a despesa corrente consegue garantir serviços de qualidade que são competência das autarquias, na educação, na saúde, mas também no saneamento básico e na recolha de resíduos entre outras áreas.
Pombal precisa de melhorar a sua gestão autárquica sendo desejável que esta se torne mais plural e participada, mas é indispensável que os candidatos conheçam a nossa realidade e que as suas propostas estejam de acordo com a mesma.

Telmo Lopes
Presidente da concelhia de Pombal do CDS-PP

 


*Artigo publicado na edição impressa de 19 de Junho