HIC ET NUNC | Confiança

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A poucos dias das próximas eleições legislativas, dedico esta coluna a um pequeno balanço sobre aquilo que tem sido a governação da AD, liderada por Luís Montenegro, e às perspectivas sobre o nosso futuro a curto prazo.
Em menos de um ano em funções, este governo encarou de frente alguns dos problemas do País, tentando desenvolver medidas para os resolver. Ao conseguir acordos de valorização de carreira com algumas classes profissionais bastante prejudicadas na última década, criou as bases para conseguir reformar áreas como a saúde, educação, justiça e segurança interna, nas quais as transformações necessárias não são alcançáveis sem a cooperação dos envolvidos. A continuidade em funções pós 18 de Maio, permitirá que o Governo e a AR, desenvolvam a legislação adequada para a melhoria do serviço prestado nestas que são funções essenciais do Estado.
A saúde é um bom exemplo para demonstrar que as melhorias em falta nem sempre dependem do volume de investimento efectuado, uma vez que o aumento de despesa corrente nesta área não resolveu o problema da falta de pessoal, da sua organização e da fixação dos funcionários necessários nos serviços de saúde públicos.
O problema da retenção de mão de obra qualificada não é fácil de ultrapassar e constitui uma consequência óbvia da livre circulação de pessoas e bens que tem muitos aspectos positivos, mas que permite que qualquer jovem Português, possa ir com grande facilidade trabalhar para a Europa, onde vai ganhar, para a mesma função, muito mais do que cá. Qual a solução?
Para este e outros obstáculos que o nosso País tem para ultrapassar, algumas forças políticas apresentam hipotéticas soluções irrealistas e facilitadoras.
O Chega, para quem os principais temas são a imigração e a corrupção, supostas causas de todos os nosso males, coloca nos ombros daqueles que entram no nosso País a culpa pelo facto dos nossos cidadãos menos qualificados saírem. Supostamente, se não recebermos mão de obra estrangeira, as empresas e o estado seriam obrigadas a pagar o que se paga na Europa e assim a emigração diminuiria drasticamente. Como pagariam as nossas empresas salários parecidos aos da Europa mais desenvolvida?
Ainda sobre a emigração, hoje o líder do Chega apresentou um daqueles argumentos que sabe que é mentira, mas que afirma sem qualquer pudor ou vergonha:
– só cerca de 300.000 imigrantes, num total de 1 milhão e seiscentos mil, que cá vivem, trabalham e pagam impostos.
O governo da AD tomou medidas de forma a tentar disciplinar as correntes migratórias e criou alguns incentivos para a fixação dos jovens Portugueses, nomeadamente na habitação.
Com muitas das medidas implementadas tem sido possível demonstrar que para se conseguir a transformação que o Pais almeja, não é preciso insultar ninguém nem catalogar os políticos e governantes dos últimos 50 anos todos como uma cambada de corruptos, algo que aliás não tem qualquer ligação à realidade.
A todos os leitores e eleitores que leem estas linhas peço que a 18 de Maio vão exercer o seu direito de voto sem esquecer que o vosso poder de intervenção na sociedade e o vosso dever cívico não terminam nesse dia.
Vamos dar à AD o voto de confiança que esta fez por merecer!


Telmo Lopes
Presidente da concelhia de Pombal do CDS-PP

*Artigo de opinião publicado na edição impressa de 8 de Maio