Este fim de semana de meados de Maio de 2025 foi de vitórias importantes para as cores que apoio.
No futebol, a festa fez-se em tons de verde com a conquista pelo Sporting Clube de Portugal do campeonato nacional da I Liga. Nesta prova, tivemos de superar os nossos 17 adversários numa disputa realizada até à ultima jornada, o que ajuda a ilustrar a dificuldade da vitória alcançada.
Na política, os Portugueses votaram para a eleição da Assembleia da República e deram a vitória à coligação entre PSD e CDS-PP, com uma vantagem em relação ao PS, tradicionalmente o principal adversário, clara e talvez humilhante.
No desporto tal como na política não é possível nem desejável ganhar sempre; é positivo que existam adversários fortes que nos dificultem o triunfo, valorizando dessa forma o trabalho do “campeão”.
Dos sportinguistas com quem me relaciono regularmente, muitos não partilham da minha ideologia, a democracia-cristã para os mais distraídos, e alguns, estão nos antípodas das minhas convicções. Esta divergência não faz com que não possamos conviver e respeitar as diferenças de opinião que temos, quando o tema não é o desporto.
Insultar, difamar, desrespeitar as convicções de um indivíduo ou mesmo transformar um adversário em inimigo, são caminhos que não produzem qualquer resultado positivo para a sociedade nem para as partes envolvidas. Na semana passada, tive oportunidade de conversar com alguns dos peregrinos que passaram por Pombal em direção a Fátima, entre outras coisas, sobre a campanha eleitoral em curso e sobre os possíveis resultados. Alguns assumiram-se pró-Chega sem qualquer problema ou inibição. As pessoas são livres de ter as suas convicções mas na minha perspectiva, não faz sentido um católico ser apoiante do Chega, do seu estilo e do conteúdo, algo não bate certo na equação. Esta minha convicção ficou ainda mais solidificada depois de ouvir o discurso de André Ventura na sua vitória eleitoral.
Temos problemas graves para resolver no nosso Portugal, no sector primário, na Mobilidade social, na Educação, na Justiça, na Economia, na Saúde, na Natalidade, nos cuidados aos Idosos, nas assimetrias regionais, etc; mas a solução para estas e outras dificuldades, mais ou menos complexas, não passa por “limpar Portugal” ou “mandar os imigrantes para a terra deles” e muito menos por nos odiarmos uns aos outros como (des)irmãos enquanto citamos o Papa Francisco ou rezamos uma Ave Maria.
O respeito pelo próximo é um dos principais ensinamentos do Cristianismo e deve ser sempre uma premissa obrigatória na nossa sociedade, para o bem de Todos.
Telmo Lopes
Presidente da concelhia de Pombal do CDS-PP
*Artigo publicado na edição impressa de 22 de Maio