A palavra sede é uma palavra polissémica, ou seja, com vários significados.
As utilizações mais comuns são:
– a vontade de beber,
– o estabelecimento principal de uma entidade,
– a ambição ou vontade de obter algo.
O Município de Pombal é governado pelo PSD desde Janeiro de 1994, ou seja, há mais de 30 anos.
Durante este longo período a máquina partidária laranja tem sabido construir e manter o seu poder, obtendo de forma consecutiva a confiança dos Pombalenses que lhe têm atribuído maiorias absolutas para quase todos os órgãos autárquicos. As diversas alternativas de oposição que têm surgido nunca foram capazes de se apresentar como uma opção consistente e credível, pelo menos aos olhos do eleitorado.
Uma das formas mais comum de os partidos conseguirem consolidar o seu poder numa autarquia é a instalação dos seus “quadros” na estrutura municipal. Nada contra o facto de quem dirige um órgão autárquico como a Câmara Municipal querer para junto de si, alguns assessores de confiança política para auxiliarem na gestão. No entanto, esse recrutamento tem muitas vezes recaído sobre cidadãos ou seus familiares que se destacam aqui e ali pelas suas opiniões sobre as decisões tomadas. Desta forma, a máquina laranja vai conseguindo condicionar alguns cidadãos com valor, que seriam válidos para participar ou liderar a oposição nos diversos órgãos autárquicos.
Por outro lado, também os empresários, que vendem os seus produtos e prestam os seus serviços ao Município, evitam expor publicamente alguma opinião dissonante com real medo de sofrerem represálias que afectem os seus negócios.
A todos os Pombalenses deixo um alerta, o voto é secreto e a liberdade de opinião um direito inquestionável.
Depois de todos estes anos de poder laranja deixo uma questão para o leitor refletir:
– não será potencialmente mais equilibrado e competente, um poder autárquico em Pombal que não seja formado por uma maioria absoluta?
De seguida dirijo-me directamente aos funcionários do Município de Pombal e por inerência às suas famílias. Considerando os padrões dos nossos dias, como consideram as vossas condições de trabalho, balneários, vestiários, localização dos cacifos, higiene, estado de conservação dos wcs e outras. Existem uma série de situações, nos vários edifícios destinados a serviços municipais que precisam de obras de conservação e ou remodelação. A estes problemas podemos juntar a desorganização e baixa produtividade de alguns dos serviços e funcionários, que levam à necessidade excessiva de horas extraordinárias. A gestão dos recursos humanos do Município é uma tarefa árdua mas tem que enfrentar os problemas existentes de forma a que sejam resolvidos. Paralelamente, o mérito e a avaliação de desempenho têm que ser factor de distinção e nunca, excepto em algumas funções específicas, o cartão partidário ou a opinião pública expressada.
Para terminar deixo também um repto a todos os Pombalenses, peguem no vosso sentido crítico, no vosso conhecimento do território, nas vossas ideias e contribuam para que neste ano de 2025 o Município de Pombal deixe de ser a sede do poder laranja e passe a ser a sede do poder autárquico de Todos nós.
Telmo Lopes
Presidente da concelhia de Pombal do CDS-PP
