O director-geral da ETP Sicó está preocupado com a tendência de diminuição de alunos e turmas no ensino profissional. Para ultrapassar essa dificuldade, Fernando Inácio Medeiros entende que “é essencial (…) infra-estruturar os nossos edifícios” para “melhor responder aos desafios de modernização e inovação”. Nesse sentido, pretende criar, até 2025, dois Centros Tecnológicos Especializados.
“Neste momento, apenas 32% dos alunos do secundário estão a frequentar cursos profissionais”, apesar da tutela “há muito” ter estabelecido a meta de “pelo menos 50% dos alunos do ensino secundário optem por ofertas profissionalizantes”.
Todavia, o facto de as escolas públicas quererem “a todo o custo manter as ofertas habituais e segurar os alunos” impede a concretização deste objectivo, que continua a “ser um ‘problema’ sem solução”, provocado “essencialmente por ‘falhas’ ao nível da orientação” dos alunos no 9.º ano.
“A tendência para diminuição dos alunos e de turmas no ensino profissional” prevê-se que chegue aos “30% até 2030”, lamenta Fernando Inácio Medeiros, que aponta esta como uma das maiores dificuldades que a ETP Sicó enfrenta actualmente.
Contudo, os 31 anos de história da instituição, comemorados a 17 de Outubro com a comunidade educativa, mostram que “a ETP Sicó sempre soube encontrar formas de se adaptar a cada momento de incerteza, transformando-os numa oportunidade de crescimento e afirmação”. E agora não será diferente.
Nesse sentido, “é essencial (…) infra-estruturar os nossos edifícios escolares” preparando-os para “uma nova geração de cursos profissionais, assentes na inovação curricular e metodológica”, frisou o director-geral da instituição.
O objectivo é oferecer um “ensino profissional que melhor responda aos mencionados desafios de modernização e inovação”. Para isso, espera que seja possível criar, “até 2025”, dois Centros Tecnológicos Especializados na ETP Sicó, financiados através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Mas estas não são as únicas dificuldades que as escolas profissionais enfrentam. Aquele dirigente critica ainda os “atrasos significativos na chegada dos fundos nacionais e comunitários à escola”, bem como “a incerteza provocada pela conclusão do Portugal 2020 e o lançamento do Portugal 2030, que gera sempre dificuldades no acesso ao financiamento”.
A estas preocupações junta-se igualmente o facto de em 2013 ter sido “reduzido o financiamento dos cursos profissionais em cerca de 5% para as novas turmas”, quando “as despesas aumentaram mais de 20%” fruto da inflação e das actualizações salariais.
Apesar de tudo isto, Fernando Inácio Medeiros destaca o “mérito e os resultados alcançados”, que se deve “a um vasto conjunto de colaboradores dedicados e empenhados” que têm sabido “sempre corresponder a todos os desafios do passado, do presente e do futuro”.
Prova disso é que “hoje, 31 anos depois, os resultados, os reconhecimentos, as acreditações e distinções obtidas permitem comprovar os elevados padrões de qualidade”, garantindo que a ETP Sicó continue a ser “uma opção acertada para jovens e adultos se qualificarem e um verdadeiro parceiro junto das empresas e outras entidades na melhoria da competitividade e no desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores”.
De referir que actualmente a ETP Sicó tem “cerca de 350 alunos distribuídos por 11 cursos profissionais”, a que se juntam à volta de 9.000 formandos que frequentam as restantes tipologias de intervenção da instituição (formação de activos, prestação de serviços de formação e Centro Qualifica).

Carina Gonçalves | Jornalista

*Notícia publicada na edição impressa de 10 de Novembro