Carlos Courelas deixa Conselho Geral e Supervisão do Crédito Agrícola

0
2193

Carlos Courelas vai cessar funções como chairman do Grupo Crédito Agrícola, devido à limitação de mandatos, decorrente da introdução em vigor de novas regras, em Janeiro de 2016. As eleições estão marcadas para o próximo dia 25 de Maio e, caso se confirme a apresentação de uma única lista candidata, a substituição do administrador da Caixa Agrícola de Pombal (CCAM) será assegurada por António Varela, antigo vice-governador do Banco de Portugal.


A novidade foi avançada pelo próprio, que se mostrou “satisfeito com o trabalho realizado”, depois de 12 anos na liderança do Conselho Geral e Supervisão (CGS) da Caixa Central do Crédito Agrícola, de onde sai com o espírito de missão cumprida. Um período da carreira profissional que encarou como “um enorme desafio”, assumindo ter sido “uma experiência muito interessante e que me valorizou como pessoa e como gestor”. Ainda que não se sentisse cansado, Carlos Courelas reconhece que “existe um momento para tudo”, mas não esconde, contudo, “alguma desilusão” no que toca a “algumas das novas regras e exigências” aplicadas ao sistema financeiro, sobretudo porque, no seu entender, estas não atendem à especificidade das Caixas Agrícolas, assunto sobre o qual deixa a porta aberta para desenvolver mais tarde. Convicto de que “não existem pessoas insubstituíveis”, o ainda presidente considera que “as pessoas deverão estar na vida, e nas instituições, sempre para procurar servir, e não para se servir”.
Num olhar sobre o passado, Carlos Courelas remete a análise ao trabalho desenvolvido “para os outros” ainda que, na sua perspectiva, tenha sido “altamente positivo”. E para fazer eco desta expressão, o ilustre pombalense considera que o Grupo Crédito Agrícola “está melhor”, sendo hoje em dia um grupo financeiro “altamente credível”. Uma realidade que transparece nos rácios de capital, de risco e de liquidez, com valores “acima dos mínimos exigidos pelas autoridades”. Aliás, o Grupo “atravessou o período crítico da economia portuguesa de modo tranquilo, sem precisar de qualquer ajuda por parte do Estado”, argumenta o administrador da Caixa Agrícola de Pombal. Uma instituição financeira “cujas seguradoras subiram ao top das melhores a operar em Portugal e que, por diversas vezes, têm sido distinguidas por entidades da especialidade”, acrescenta Carlos Courelas, que dará continuidade ao seu compromisso de 44 anos com a Caixa de Pombal, que neste período se transformou numa das maiores do país e da qual aquele responsável tem sido um dos principais rostos.

“as pessoas deverão estar na vida, e nas instituições, sempre para procurar servir, e não para se servir”

Vítor Costa no CGS
O Conselho Geral e de Supervisão, para além de órgão de fiscalização da Caixa Central, é a estrutura responsável pelo acompanhamento, fiscalização e orientação de todo o Grupo. O próximo acto eleitoral é marcado por uma alteração estatutária, imposta pelo regulador. Fruto das mudanças introduzidas, aquele órgão passa a ser composto maioritariamente por membros independentes, ou seja, membros sem ligação a Caixas Agrícolas. Do elenco, para além do já referido António Varela, faz parte o conhecido professor universitário, e comentador, João Duque.
A confirmar-se todo o exigente processo de registo junto do Banco de Portugal, assim como a esperada eleição em Assembleia-Geral, a CCAM Pombal (a maior accionista da Caixa Central) será uma das quatro caixas integrantes do órgão, devendo a sua representação ser assegurada pelo também pombalense Vítor Costa, membro efectivo do seu Conselho de Administração. Licenciado em gestão, Vítor Costa é natural das Matas do Louriçal e conta com uma vasta experiência na actividade, em resultado de 26 anos ao serviço do Crédito Agrícola.

 

Notícia publicada na edição impressa de 11 de Abril