Socialistas querem ser “alternativa diferenciadora” para conquistar a Câmara

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O Partido Socialista (PS) de Pombal quer construir uma “alternativa diferenciadora e forte” capaz de conquistar a “confiança das pessoas”

A garantia foi deixada pela líder da estrutura concelhia dos socialistas na sessão de abertura do congresso federativo que decorreu, no passado dia 24 de Março, em Pombal.
Na sua intervenção, Odete Alves pretendeu “tranquilizar” os militantes e simpatizantes do partido, referindo que a nova Concelhia foi eleita e empossada no passado mês de Janeiro, pelo que “tem um caminho a percorrer” com “muito trabalho para fazer”, mas reconhece existir “uma natural impaciência”. “Ainda mais depois da pesada derrota que sofremos no último combate autárquico”, disse.
Odete Alves aproveitou a ocasião para fazer um “retrato” do concelho, presidido nos últimos 25 anos pelo Partido Social Democrata (PSD). Na sua opinião, ao longo destes últimos anos “criou-se uma ilusão de bem-estar e de uma qualidade de vida que verdadeiramente não existem” e acusou de não terem sabido “explorar a riqueza e a diversidade do concelho”.
“Instalou-se em Pombal a subsidiodependência e também o medo”, disse, acrescentando que o executivo camarário “governa de uma forma avulsa, de uma forma pouso criativa, conformado com prémios e louvores artificiais, sem estratégia e sem um rumo”.
Um “estilo de fazer política” que no entender da socialista colocou Pombal “no ranking distrital dos concelhos mais envelhecidos”, apresentando, também, “a maior taxa de analfabetismo da região do Pinhal Litoral”, para além de ter perdido população e de ter os salários mais baixos.
Odete Alves referiu que os socialistas querem um concelho “verdadeiramente desenvolvido em que a qualidade de vida seja para todos e que esteja ao alcance de todos”. “Não nos conformamos com esta realidade”, frisou, afirmando que “queremos criar condições para acolher investimento centrado na inovação e na qualificação”. “Só assim conseguiremos valorizar o nosso território e as pessoas”, considerou.

“Instalou-se em Pombal a subsidiodependência e também o medo”

Dando como exemplo o concelho vizinho de Ansião, Odete Alves disse que “na política não há impossíveis.”
Durante o congresso federativo, foram vários os socialistas pombalenses a usarem da palavra. Adelino Mendes apelou à convergência política em defesa do distrito e da resolução dos problemas da região, tendo defendido um novo olhar para os territórios mais despovoados e envelhecidos, que deverá passar pelo investimento, pela dinamização da economia em torno de novos sectores, das tecnologias ao turismo de qualidade, criando emprego e fixando a população. Acrescentou ainda que aqueles territórios precisam de cuidados públicos, de saúde, de escolas e equipamentos sociais e acolher serviços descentralizados do Estado.
Por sua vez, Leandro Siopa recordou o flagelo dos incêndios de Junho e Outubro do ano passado, e apelou à urgência de passar à sociedade civil, uma mensagem de mudança de paradigma no que respeita ao uso dos recursos florestais, na exigência no cumprimento das faixas de gestão de combustíveis e no cumprimento da limpeza das matas e respeito pelas distâncias de segurança entre a floresta, as pessoas e seus bens. Salientou a necessidade do cumprimento do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Afirmou que o país não pode adiar mais um plano de ordenamento florestal, nem o cadastro geométrico da propriedade rústica. Terminou, apelando à tomada de medidas legislativas que mudem a face do país e sobretudo o comportamento da sociedade em relação à propriedade predial.
Na sua intervenção, Luís Simões abordou a temática da saúde, reforçando a necessidade de uma forte aposta nos cuidados de saúde primários, enunciando algumas fragilidades existentes no concelho a esse nível, tais como a demora nas consultas, a falta de pessoal médico, de enfermagem, administrativos e auxiliares e o afastamento desses cuidados dos utentes. Recordou ainda que ao nível dos cuidados continuados e paliativos, o concelho de Pombal dispõe de uma única unidade, privada, com algumas camas financiadas pelo Estado. Apelou por isso ao presidente da Federação, para que interceda junto do Poder Central, com vista à tomada de medidas adequadas à resolução daqueles problemas, contribuindo fortemente para a melhoria das condições de vida das pessoas, em especial das mais vulneráveis.
Já o líder da JS Distrital, Joel Gomes, ex-presidente da Concelhia de Pombal, centrou-se na Educação, defendendo a redução da carga horária nos 1º, 2º e 3º ciclos, a gratuitidade dos manuais escolares para os alunos do 1º e 2º ciclo e da investigação, defendendo ainda a evolução do Instituto Politécnico de Leiria ao estatuto de universidade técnica. Reafirmou, ainda, a importância para o desenvolvimento económico da região, da abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil. Salientou que a defesa do futuro dos jovens, passa também por acabar com os estágios não remunerados, e cessar o recurso abusivo aos recibos verdes.

Ministro da Saúde defende mais investimentos no centro hospitalar

O ministro da Saúde afirmou, em Pombal, que o Governo tem de “fazer um reforço muito grande de investimento nos equipamentos públicos na área da saúde” no distrito de Leiria. Adalberto Campos Fernandes encerrou o congresso federativo dos socialistas que consagrou o médico António Sales à frente dos destinos da federação distrital.
O governante considerou que Leiria tem um “magnífico centro hospitalar” – que integra os hospitais de Alcobaça, Leiria e Pombal -, mas reconheceu que é necessário “fazer um investimento” na unidade de saúde, sobretudo no reforço de “recursos humanos e de equipamentos”. “Temos de fazer por Leiria o que temos de fazer pelo país, um país diferente, um país que perceba que não passou de uma situação de extrema dificuldade para uma situação de nenhuma dificuldade”, disse.
Perante os congressistas distritais, que estiveram reunidos durante todo o dia no auditório do Pombal Fashion, Adalberto Campos Fernandes apelou para que sejam “todos decentes na política”, considerando que “a decência na política é, de facto, aquela qualidade que prezo muito”, ou seja, “que servimos os portugueses com verdade” e não “com fantasias, com percepções ou com mentira”.
Por outro lado, segundo o ministro, o que o PS mais deseja “é ter uma oposição que se organize”. “Esperamos que um dia essa oposição possa ser uma oposição à altura de um governo forte, porque a pior coisa que um governo forte pode ter é uma oposição fraca, desorganizada e inconsciente”, realçou, depois de dizer que “o povo não tolera a falta de vergonha na política”.

“a pior coisa que um governo forte pode ter é uma oposição fraca”

Antes, o reeleito presidente da Federação Distrital de Leiria, que viu a sua moção “Ao Serviço das Pessoas” sufragada pelo congresso, com 108 votos a favor, contra os 53 somados pela moção “Os militantes e o PS em primeiro lugar”, subscrita pelo seu adversário, José Pereira dos Santos, afirmou que “não podemos continuar a afirmar que Leiria é uma região de excelência, se não lutarmos para que ela o seja de facto”. “Estamos aqui para construir uma confiança para o distrito, para construir uma unidade, para um combate em prol da nossa região e do país”, frisou.
Para António Sales, os socialistas terão pela frente dois desafios: as eleições europeias e legislativas, tendo de fazer, no primeiro caso, “um grande combate à abstenção” e no segundo “obter um grande resultado eleitoral”.

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Ingressou no jornalismo, em 1989, como colaborador no extinto “Pombal Oeste” que foi pioneiro na modernização tecnológica. Em 1992 foi convidado a integrar a redacção de “O Correio de Pombal”, onde permaneceu até 2001, quando suspendeu a profissão para ser Director de Comunicação e Marketing de um grupo empresarial de dimensão ibérica. Em 2005 regressou ao jornalismo, onde continua, até aos dias de hoje, a aprender. Ao longo destes (largos) anos de actividade, atestados pelo Carteira Profissional obtida em 1996, passou por vários jornais, uns de âmbito regional e outros nacional, onde se inclui o “Jornal de Notícias” e “Público”. Foi convidado a colaborar, de forma regular, com o “Pombal Jornal” onde se produz conteúdos das pessoas para as pessoas. Foi convidado a colaborar, de forma regular, com o “Pombal Jornal”, quinzenário com o qual deixou de colaborar no final de Maio de 2020.