RENDALÍSSIMA | 7 regras para quebrar

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Estamos em Abril, mês indubitavelmente marcante e simbólico para a História nacional. Foi esse o mote para que divagasse sobre o modo como podemos inserir conceitos alusivos ao momento protagonizado pelos cravos nos closets lá de casa. A ideia é simples: de que modo podemos aplicar a liberdade de expressão à forma como vemos a moda e ao uso que fazemos dela? Como age um verdadeiro revolucionário no que ao estilo diz respeito?

Comecemos pelo âmago da questão: a personalidade. É ela que molda o estilo. Saber quem somos guia a conduta e, consequentemente, as escolhas que fazemos. Quem tem um carácter vincado e respeita a sua maneira de ser, decide com segurança; seja no tipo de carro que compra, no conselho que partilha com a sua amiga, no vinho que pede no primeiro jantar com o futuro marido, no local onde passa férias ou nos sapatos que escolhe.

Por esta ordem de ideias, se a personalidade determina o estilo, não há regras que nos devam limitar. Pelo contrário – queremos conhecê-las bem para compreender se são aplicáveis ao todo que somos ou se não satisfazem as nossas necessidades. Abre-se então um novo mundo, em que a individualidade se sobrepõe às noções de certo e errado instituídas pela norma. É assim em tudo na vida e na imagem não é excepção: o estilo é pessoal e intransmissível. É único, vem de dentro, emana particularidade.

Apesar de ter aprendido todas as regras durante a minha especialização em Consultoria de Imagem, a verdade é que sempre as senti como fios condutores para uma ideia de harmonia. No entanto, os meus clientes sabem que gosto de me divertir com todas as possibilidades. Misturo peças de várias estações, diferentes cores e texturas, brinco com as proporções. Não me visto by the book porque não acredito em aplicar as regras de estilo sem a forte presença de um cunho pessoal.

Uma das questões mais frequentes por parte dos meus clientes mais recentes é «posso?». Quase toda a gente cria as suas limitações e eu resolvi compilar aqui sete das mais frequentes para poder desmistificá-las.

As regras existem para ser quebradas, certo?

1. As cores dos sapatos, cinto e carteira devem combinar
Sim, ainda há quem acredite que esta é uma directriz obrigatória. Não há mal algum em fazê-lo, de facto. Contudo, excepto raras excepções, expressa falta de criatividade e cria looks bastante antiquados para o dia-a-dia. Os botins podem ser camel, a carteira preta e o cinto bege. Os stilettos podem ser encarnados, a carteira rosa e o cinto amarelo. E as peças estampadas? Não as exclua. Experimente – vivemos numa era em que a oferta é tão vasta que não é difícil encontrar peças elaboradas a partir de materiais interessantes, com texturas e padrões que constroem um look por si.

2. Preto não pode ser coordenado com azul escuro
Ou com castanho. Tal como o cor-de-rosa com o encarnado ou o verde com o amarelo. Quem inventou esta regra devia estar de mal com a vida. Há sempre uma forma de entrosar tonalidades de forma harmoniosa. Tudo depende do seu gosto e perícia.

3. Não posso misturar prateado e dourado
Faço-o diariamente, apenas escolho um metal para usar em maior quantidade para equilibrar o resultado final. Uma boa forma de introduzir a mistura de metais é a partir da aquisição de uma peça composta pelos dois tons – um colar de design simples, por exemplo. Acrescente brincos dourados e um anel prateado, por exemplo. Com o tempo, já terá ultrapassado esse obstáculo.

4. Reserve o uso de brilhos para a noite
Sou fã de lantejoulas e não abro mão delas durante o dia. Para suavizar um pouco, basta criar contraste com algo mais casual (uns jeans, por exemplo).

5. Mulheres baixas não podem usar saias nem vestidos compridos
É tudo uma questão de proporção: se a cintura for bem marcada, porque não? Pode até parecer mais alta se colocar um cinto na zona mais estreita do seu tronco.

6. Pessoas com corpo volumoso não podem usar riscas horizontais
Nem usar cores claras – uma vez mais, é tudo uma questão de proporção. Imagine um top de fundo azul escuro com finas e espaçadas riscas horizontais brancas sob um blazer também azul. Se o tamanho e o decote forem apropriados para o tipo de corpo, pode favorecer a pessoa que o veste, ainda que seja volumosa. O mesmo acontece com as cores que não sejam escuras, já que se forem aplicadas nas zonas correctas (aquelas que se caracterizam por ter menos volume), podem surtir um efeito adelgaçante.

7. Não misturar padrões
Há tantas formas agradáveis de o fazer que seria um erro não tentar. Misture padrões diferentes dentro da mesma paleta de cores ou padrões idênticos em cores diferentes e veja o resultado!

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Depois de se dedicar ao Jornalismo, decidiu aprofundar os seus conhecimentos numa vertente menos explorada ao longo da sua formação académica, a comunicação não-verbal. Após uma especialização em Lisboa em Consultoria de Imagem, lançou-se a título pessoal na área da Moda e assume-se em 2018 como a primeira Fashion Therapist do país. Já foi contratada pelo grupo Sonae para realizar serviços de Personal Shopping aos seus clientes, marca presença na Vogue Fashion's Night Out, trabalhou no grupo Creative Concept como responsável pela gestão dos cursos leccionados e pelo departamento de Comunicação da Creative Academy e exerce funções enquanto Social Media Manager de eventos de Moda. Trabalha de perto com grandes marcas de luxo internacionais sediadas na Avenida da Liberdade e com designers portugueses vocacionados para noivas. Em Pombal tem uma parceria com a Quinta da Concha porque apesar de se mover na capital, tem especial gosto pelo trabalho com clientes da zona centro. Contactos: anarendalltomaz@gmail.com || https://www.anarendalltomaz.com/