Outeiro do Louriçal promove segunda noite de cinema português

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Em Maio deste ano, o Grupo Desportivo Cultural e Recreativo (GDCR) do Outeiro do Louriçal organizou a sua primeira sessão de cinema, exibindo na altura o filme “Alma Viva”, de Cristèle Alves-Meira.

O sucesso da iniciativa, que encheu o salão da colectividade, motivou a associação e o mentor da ideia, o lusodescendente com raízes no Outeiro do Louriçal, Mickäel Cordeiro, a avançar com uma nova sessão.

A segunda noite dedicada ao cinema português, pensada para um público de todas as idades, vai acontecer no próximo dia 30, novamente na sede do GDCR do Outeiro do Louriçal, projectando não só uma longa-metragem, mas também duas curtas.

Em exibição, a partir das 20h30, estarão “Comezainas”, de Mafalda Salgueiro; “As Nossas Primaveras Passadas Não Voltam Mais”, de Joel Cartaxo Anjos; e “Os Demónios do meu Avô”, de Nuno Beato. A entrada é gratuita.

“As Nossas Primaveras Passadas Não Voltam Mais”, de Joel Cartaxo Anjos, realizador radicado em França desde 2013, conta a separação dos seus avós durante a Covid, quando a avó, doente de Alzheimer, foi para um lar.

A ideia da organização desta sessão de cinema surgiu depois de uma conversa entre Mickaël Cordeiro, a presidente do GDCR Outeiro do Louriçal, Cátia Ramos, e os membros da direção. Citado numa nota de imprensa, o lusodescendente realça que tem vindo a realizar algumas iniciativas através do grupo privado que criou no facebook sobre o Outeiro do Louriçal. A par disso, convidou também artistas para fotografar ou desenhar as casas, as ruas e as gentes da aldeia. “ Depois do sucesso da primeira sessão de cinema que organizámos, queria criar uma noite dedicada à diversidade do cinema português e pensar numa programação para todas as idades”, diz Mickäel Cordeiro, antes de frisar que a colectividade e a presidente aceitaram o desafio “e estão a criar todas as condições para que seja mais uma vez um sucesso”. O mentor acrescenta que a escolha da segunda curta-metragem e da longa é “uma homenagem aos meus dois avôs e à minha avó paterna, que infelizmente faleceram nestes últimos anos. Gostava também muito que a minha avó materna pudesse assistir a esta noite de cinema para que eu possa dizer que fui ao cinema com uma das minhas avós”, diz Mickäel em jeito de pedido.
Já Cátia Ramos, agradece e reconhece “toda a dedicação e empenho do Mickaël na concretização da 2ª sessão de cinema num lugar tão pequeno, comparado ao país onde vive, mas que tanto lhe diz e onde estão as suas raízes”. A presidente do GDCR Outeiro do Louriçal agradece-lhe também “por contribuir para o enriquecimento cultural de todos nós, e por ser um nosso aliado ao pedir que todos saiam de casa e venham à colectividade”.

 

Comezainas, 12min, Mafalda Salgueiro, 2022

“Cozinhar é dar carinho”, diz a minha mãe. Através da comida e de receitas geracionais, histórias pessoais são entrelaçadas com gestos de afecto e dinâmicas de quotidiano familiar. Uma ode aos que repetidamente nos alimentam e cuidam sem pedir nada em troca.

 

As nossas primaveras passadas não voltam mais, 14min, Joel Cartaxo Anjos, 2022

Após 60 anos de casamento, em plena pandemia, António vê a sua esposa ir viver para uma casa de repouso. Numa altura em que as visitas são proibidas, António passa os dias à espera de a voltar a ver, com medo de que as memórias de uma vida a dois desapareçam.

 

OS DEMÓNIOS DO MEU AVÔ, 90min, Nuno Beato, 2022

Rosa, uma profissional de topo, altamente cotada no mercado empresarial, leva uma vida exigente e inteiramente dedicada ao seu trabalho. A morte do avô, de quem se tinha progressivamente afastado, devido ao trabalho inesgotável, acaba por lhe provocar um súbito ataque de stress que coloca em dúvida as suas escolhas. Rosa decide, então, abandonar a cidade e partir ao encontro do lugar e das memórias da sua infância, vivida ao lado do seu avô. Ao chegar à propriedade isolada, no meio da paisagem transmontana, descobre que o avô lhe deixou um conjunto de terras praticamente abandonadas e a casa da sua infância quase em ruínas. Levada pelo remorso e pela necessidade de encontrar novo rumo para si, tenta reconstruir a casa e os campos. Rosa, contudo, não está sozinha. Além das pessoas com quem estabelecerá novos laços, surge um grupo de demónios de barro modelados pelo seu avô que parecem, por vezes, ganhar vida, aconselhando-a e orientando-a e consolando-a, como ele próprio teria feito.
Vozes : Nuno Lopes, Ana Sofia Martins, António Durães…

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Biólogo Marinho de formação e pós graduado em Turismo de Natureza, nunca exerceu profissionalmente em qualquer uma das áreas. Há uns bons anos iniciou-se nas lides radiofónicas e esse bichinho ainda hoje perdura. O gosto que tinha pelo Cinema, desde tenra idade, foi apurado nos tempos universitários e, por estes tempos, não passa um dia sem ver, no mínimo, um filme. Não perguntem qual o seu preferido pois o gosto pode variar consoante a hora. Balança de signo, mas Leão de coração, gosta de viajar e ambiciona conhecer os quatro cantos do mundo. Mas quem não sonha com o mesmo?