João Gante prepara candidatura à administração da Caixa Agrícola

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Estão marcadas para Junho as eleições para os órgãos sociais e estatutários da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) de Pombal, mas o prazo para entrega das listas candidatas termina já no próximo dia 3 de Março. Uma das listas que está a ser preparada para se apresentar ao acto eleitoral é encabeçada por João Gante, para o Conselho de Administração, mas a acompanhá-lo estão nomes bem conhecidos como José Gomes Fernandes, para a Mesa da Assembleia Geral, e Dina Maria de Assis Mota, para o Conselho Fiscal. Até lá, terão de reunir 700 assinaturas de associados para formalizarem a candidatura.
O actual administrador executivo da CCAM das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche e colaborador da Caixa de Pombal durante mais de 30 anos afirma ao Pombal Jornal que aceitou “correr o risco” com o intuito de apresentar um “projecto alternativo”, salvaguardando que a candidatura “não é contra ninguém”. João Gante considera, antes de mais, que “a Caixa Agrícola de Pombal tem condições de olhar para o futuro de forma diferente” e, nessa perspectiva, “pode voltar a ser uma das maiores do país”. Para isso, o cabeça-de-lista ao Conselho de Administração diz que irá apresentar uma lista formada por “pessoas experientes”, capazes de colocar em marcha aqueles que são os princípios fundamentais que definiram.
A “transparência” é apontada como uma das grandes bandeiras, defendendo que “a vida societária da CCAM Pombal deve ser levada ao conhecimento de todos os associados”. Neste pressuposto, o “envolvimento dos associados na vida” da instituição é outras das prioridades, nomeadamente através da publicitação das convocatórias das assembleias gerais, abrindo-lhes a possibilidade de, “podendo e querendo, estarem presentes, discutirem e votarem (se aplicável) os assuntos de interesse” discutidos naquele órgão. “A Caixa Agrícola é dos associados” e, nessa medida, “eles têm o direito de estarem presentes e tomarem as decisões que entenderem como melhores para a instituição”.
E é ainda para os associados que se dirige outra das linhas orientadoras da candidatura, considerando que a participação destes (através de títulos de capital) “não deve ficar esquecida quando morrem”. Deve, antes de mais, “ser restituída aos herdeiros legais ou passar para um deles”, permitindo que se torne associado, caso ainda não o seja, ou que reforce o capital da sua participação. “É uma questão de respeito para com a memória dos associados falecidos e uma questão de justiça para com os herdeiros”, argumentam os candidatos.

Gestão rigorosa

Caso venham a ser eleitos, os candidatos pretendem implementar uma “gestão voltada para o futuro e rigorosa”, baseada “na competência e nas melhores práticas”, com o objectivo de “obter uma performance e um desempenho de níveis superiores”.
Na linha dos princípios definidos, João Gante e a sua equipa não esquecem, também, os colaboradores, a quem pretendem “valorizar com base no mérito e na competência” e, nessa medida, “procedendo a avaliações de desempenho dentro de um quadro das melhores práticas”, ainda que receptivos a “melhorias e sugestões”. Outra das prioridades passa pela implementação, com a periodicidade que se mostrar mais adequada, de estudos de clima organizacional, de modo a identificar situações que possam ser ajustadas ou melhoradas. O objectivo é que “todos os colaboradores sintam a Caixa Agrícola como das melhores empresas para trabalhar”.
O número um da lista para o Conselho de Administração destaca, ainda, aquilo que define como o princípio da interactividade, seja ela com empresas, cooperativas, associações ou colectividades. Por outro lado, é intenção da candidatura estreitar a proximidade ao tecido empresarial e, para isso, apoiar a promoção e a dinâmica de expansão das empresas com projectos de dimensão e inovação, contribuindo para o seu processo de modernização e internacionalização, fomentando o crescimento “do meio local para o global”. A lista encabeçada por João Gante espera igualmente apoiar projectos com dinamização económica, ambiental e de sustentabilidade, desenvolvidos nos concelhos onde a Caixa Agrícola marca presença. Identificar jovens com ideias inovadoras e potenciais imigrantes/investidores (seniores) é outro dos princípios da candidatura.
Sobre as notícias referentes a auditorias e outras acções inspectivas, os candidatos não se querem pronunciar, por não conhecerem “os factos nem dados concretos”.

Processo eleitoral

A candidatura encabeçada por João Gante deixa uma crítica ao processo eleitoral, lamentando “a forte desigualdade em que nos encontramos em relação aos actuais órgãos sociais, uma vez que estes podem indicar-se a eles próprios como candidatos, sem necessidade de serem propostos por 5% dos associados”. Uma percentagem que “corresponde a quase 700 associados”, não lhes tendo sido facultado, segundo refere, “o manuseamento e utilização prática dos dados dos associados”. Apesar disso, João Gante mostra-se “esperançado” que a candidatura consiga reunir as assinaturas para apresentação da lista, uma vez que “existe uma grande vontade de mudança e de participação na vida da Caixa Agrícola por parte dos associados”.

Percurso ligado à instituição

João Gante é, desde 2015, o administrador executivo da CCAM da Ranha, Óbidos e Peniche. Antes disso, foi gerente e coordenador de departamento da CCAM Pombal. Do percurso profissional mais recente, destaque, ainda, para o exercício do cargo de administrador da CA Gest, de Maio de 2002 a Março de 2013. Até esta data, desempenhou ainda outras funções de liderança na instituição de Pombal, à qual esteve ligado cerca de trinta anos.