Doze anos passam a uma velocidade estonteante! O Pombal Jornal celebra agora o seu 12.º aniversário e, ao longo deste tempo, tem sido um espaço privilegiado para a reflexão sobre o nosso território. Acompanhar a evolução de Pombal e da sua freguesia permitiu-me perceber o que mudou – para melhor e para pior.
A estabilidade política possibilitou o amadurecimento de projetos estruturantes, impulsionando a economia local. A indústria, o comércio e os serviços cresceram, fortalecendo a atratividade do território. No entanto, a pandemia de COVID-19 veio mostrar a fragilidade deste equilíbrio. Fecharam-se negócios, escolas e espaços públicos, e a incerteza tomou conta do quotidiano. Apesar do esforço coletivo para minimizar os impactos, socialmente não aprendemos nada. Em vez de nos tornarmos mais unidos e solidários, regredimos. Vejo hoje mais individualismo, menos tolerância e menor preocupação com o outro.
Demograficamente, os desafios são evidentes, mas há também oportunidades. O envelhecimento da população continua a ser um problema, mas a forte presença da comunidade imigrante é um fator diferenciador. Com a falta de mão-de-obra, esta nova dinâmica populacional trouxe crescimento ao setor escolar e maior procura de habitação, gerando tanto oportunidades como dificuldades. O mercado imobiliário valorizou-se, mas o acesso à habitação tornou-se mais difícil, exigindo uma estratégia de planeamento urbano equilibrada.
Mas há algo que distingue Pombal: a sua capacidade de se unir e fazer acontecer. Um exemplo disso é a (também) minha Charneca, onde a comunidade, com esforço e determinação, concretizou um projeto notável, assegurando 77% dos 300 mil euros investidos sem recurso a financiamento público. Este é o verdadeiro ADN de Pombal: um concelho que não espera, que age e que mostra que juntos conseguimos mais.
Na educação, a modernização das infraestruturas e o ensino mais inclusivo permitiram reduzir a taxa de abandono escolar. A diversidade cultural nas escolas da freguesia trouxe desafios, mas também oportunidades para uma comunidade mais rica e aberta ao mundo. No entanto, é essencial reforçar a ligação entre a escola e o mercado de trabalho, garantindo oportunidades para fixar jovens no concelho.
A consciência ambiental tem vindo a crescer, mas ainda há muito por fazer. A valorização dos espaços verdes e a gestão eficiente de resíduos são avanços importantes, mas a mudança de mentalidades é um desafio que exige responsabilidade coletiva.
Pombal tem demonstrado resiliência, identidade e sentido de pertença. Como cidadã, vejo um território com potencial, que soube crescer, mas que precisa de continuar a apostar na inovação e na qualidade de vida da população. O futuro de Pombal será tão forte quanto a capacidade da sua comunidade de se unir, inovar e construir um concelho onde vale a pena viver.
Sim, sou bairrista. Sim, sou orgulhosa da nossa comunidade. Sim, tenho esperança. Sim, Pombal é de uma garra e de gentes que valem a pena!
Parabéns ao Pombal Jornal pelos seus 12 anos, por dar voz ao que também nos importa e por continuar a ser uma peça fundamental na identidade deste território.
Carla Mota Longo
(Pombalense de Alma, Charnequeira de Coração)
*Artigo de Opinião publicado na edição impressa de 20 de Março
