São Mateus é o ponto de “encontro de Soure e das suas gentes”

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Em Soure, Setembro é sinónimo de São Mateus. Até dia 26 deste mês, as tradicionais Festas de São Mateus voltam a ser o ponto de encontro de todos os sourenses, estejam eles a residir no concelho ou fora dele, mas também de milhares de visitantes. Afinal, por estes dias, todos os caminhos vão dar a este mítico certame que é o maior e mais representativo do concelho. Música, gastronomia, exposições, diversas feiras francas e celebrações religiosas são os principais ingredientes de uma festa, feira e romaria que se prolonga por sete dias e seis noites.


“Esperemos que as condições climatéricas ajudem e que possamos ter aqui um ambiente de regresso à vida normal, de acordo com a ambição das pessoas”, afirmou o presidente da autarquia, deixando votos para que “estas festas dêem um novo ânimo e uma nova esperança” aos comerciantes e residentes na vila de Soure, que vão resistindo a “uma contingência enorme” provocada por “um período de grandes obras”.
Mas este que é o maior e mais abrangente evento do concelho tem também uma projecção anual no pulsar económico do território. Afinal, “toda a actividade comercial, agrícola e turística do concelho fica sempre um pouco dependente deste certame”, reconhece Mário Jorge Nunes.
Assim sendo, “esperamos uma FATACIS com uma dinâmica igual à dos últimos anos”, tanto que os 150 expositores previstos já estão esgotados. A estes somam-se outros 150 espalhados pela Feira Generalista, Feira da Madeira, Feira das Nozes e Feira das Cebolas.
Mas o São Mateus vai muito além destas feiras. Paralelamente, está preparado “um cartaz para seis dias de eventos” para que “toda a população venha a Soure e que usufrua deste sentimento de pertença que é o nosso São Mateus”.
“Neste sentido, espero que Soure se encontre consigo próprio e com a sua diáspora, seja do estrangeiro ou de outras zonas do país”, adiantou o autarca, frisando que o São Mateus é, acima de tudo, o ponto de “encontro de Soure e das suas gentes”.
E o ansiado reencontro anual de todos os munícipes e demais sourenses acontece na terça-feira (26) com a comemoração do Dia da Família Sourense, cuja programação é mais direccionada para a população local.
Assim, após vários dias e noites de folia, os sourenses rumam ao Olival de São Mateus, junto à Capela do Orago, para assistir à missa de encerramento das festas e confraternizar no tradicional pic-nic popular, que acontece ali à sombra das oliveiras.

Educação, cultura e desporto em destaque no Dia do Município
É quase no arranque das festas que se comemora o Dia do Município, assinalado a 21 de Setembro com uma cerimónia que volta a reconhecer o mérito dos melhores alunos, mas também daqueles (pessoas e instituições) que se destacaram pelos seus feitos. Além disso, serão entregues os prémios aos vencedores do Concurso de Fotografia.
“No Dia do Município vamos aproveitar para fazer algumas referências às nossas apostas, nomeadamente nas áreas da educação, da cultura e do desporto, que este ano voltam a ser privilegiadas”, contou o presidente da autarquia, destacando igualmente a assinatura de um protocolo com o Instituto Pedro Nunes (IPN) com vista à dinamização do Centro de Inovação Social (CIS).
Trata-se de “um projecto-piloto nosso” que vai ocupar o antigo posto da GNR, que foi recuperado no âmbito do Plano de Regeneração Urbana da Vila de Soure, cuja obra está pronta e será inaugurada no feriado municipal.
Este renovado edifício terá 12 espaços destinados a empresas, que certamente trarão “outra dinâmica à baixa da vila”, contribuindo para a manutenção das actividades realizadas e empregabilidade, assim como para fomentar a captação de novos projectos e empresas.

O presidente da Câmara de Soure, Mário Jorge Nunes, espera que o São Mateus repita o sucesso das edições anteriores

“A rede social é uma das nossas preocupações”
“A rede social é uma das nossas preocupações”, uma vez que as 11 instituições do concelho “são um importante promotor de apoio às populações, nomeadamente dos seniores”, afirmou Mário Jorge Nunes, reconhecendo que a actuação das IPSS estende-se ainda aos “cuidados de saúde, equipamentos residenciais para idosos e valências da infância”.
Neste sentido, existe a “preocupação” com a “saúde financeira” destas instituições, que têm vindo a “aumentar a [sua] oferta de serviços”, sublinhou, revelando que “este ano há, pelo menos, uma IPSS que vai concretizar uma obra com mais camas”. Mas “temos outros projectos de equipamentos a caminho, como é o caso da Casa do Povo de Vila Nova de Anços, que está a construir uma nova ERPI”.
Além disso, tanto a Santa Casa da Misericórdia, como a Associação de Samuel estão prontas para lançar concurso para mais camas para a valência de lar de idosos.
Por outro lado, o autarca confidenciou que há “outras IPSS, de menor abrangência, que nos preocupam pela sua sustentabilidade”, situações essas que “o município tem vindo a acompanhar”.

Soure vai assumir competências da saúde
“Tudo aponta para que iremos, no início do mês que vem, aceitar o auto de transferência de competências promovido pelo Ministério da Saúde”, adiantou Mário Jorge Nunes, alegando que “temos vindo a recusá-lo até aqui, porque entendíamos não estarem criadas as condições necessárias para avançar com essas competências”.
“Nunca chegaremos a uma situação ideal”, todavia “chegámos a um acordo que nos parece ter as condições mínimas para aceitar”.
E esse acordo contempla financiamento, no âmbito do PRR, no valor de “cerca de 1,75 milhões de euros [para investir] na remodelação e na actualização funcional do Centro de Saúde de Soure, mais três veículos para transporte e assistência ao domicílio, além de um reforço das verbas para o funcionamento quer das Extensões de Saúde, quer do Centro de Saúde de Soure, bem como para o pessoal operacional”.
Este financiamento e “a promessa de que, em breve, haverá uma segunda USF aprovada (candidatura já submetida) para o concelho de Soure” justificam a aceitação da transferência das competências da saúde.
Esta decisão é ainda fundamentada pelo compromisso de integrar o território sourense numa Unidade Local de Saúde “com os concelhos de Montemor e Figueira da Foz”, da qual também fará parte “o hospital de referência que é o Hospital Distrital da Figueira da Foz”.
“Penso que estes serão mecanismos que virão ajudar a optimizar as políticas de saúde de proximidade que defendemos e pretendemos manter no concelho de Soure”, concluiu.

São Mateus são sete dias de festa e seis noites de diversão
Durante sete dias, Soure vai viver apenas para o São Mateus. Esperam-se sete dias e seis noites de muita animação e diversão, que começam na quarta-feira (20) e terminam na terça-feira (26). Além dos concertos e DJ’s, a programação inclui várias arruadas de grupos de música tradicional e o Festival de Folclore do Concelho de Soure, a realizar na tarde de domingo com participação de sete ranchos.

Carina Gonçalves | Jornalista

*Notícia publicada na edição impressa de 14 de Setembro