“Queremos que o Externato Liceal de Albergaria dos Doze continue a ser uma referência do ensino”

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António Branco é o novo director do Externato Liceal de Albergaria dos Doze, substituindo António do Carmo, que se aposentou no final do ano passado.

O novo director é professor de Português e conhece bem os cantos à casa, pois foi ali que sempre deu aulas. Além disso, já fazia parte da anterior direcção, tal como Nelson Silva que integra a nova direcção pedagógica, nomeada por despacho pela directora-geral da Administração Escolar, Susana Castanheiro Lopes, a 24 de Novembro de 2022.

Nelson Silva e António Branco constituem a nova direcção do Externato Liceal de Albergaria dos Doze

“Queremos que o Externato continue a ser uma referência do ensino pela sua exigência e excelência dos profissionais que trabalham na instituição”. Este é o principal objectivo da nova direcção, que pretende “dar um passo de cada vez” numa caminhada que começou por abrir a Externato à comunidade escolar.
Com esse intuito, no início do ano lectivo arrancou o processo de auto-avaliação da escola, a cargo de um grupo de trabalho que está responsável por identificar os “pontos de melhoramento” a intervir “consoante a prioridade”.
O levantamento desses “pontos de melhoramento” foi feito pelos diversos intervenientes da comunidade escolar: encarregados de educação, alunos, professores, funcionários e comunidade em geral, através de inquéritos.
Assim, foi identificada a necessidade de “fazer melhorias do espaço físico do edifício”. No entanto, “não é possível fazermos uma melhoria substancial, visto só termos seis turmas financiadas” e “há mais de oito anos” que o financiamento do Estado para cada turma com contrato de associação “é o mesmo, nunca tendo sido actualizado”, denuncia António Branco, informando que o Externato Liceal conta actualmente com 16 docentes, cinco assistentes operacionais e 145 alunos.

“NÃO É FÁCIL AUMENTAR O NÚMERO DE ALUNOS”
E o director tem consciência que “não é fácil aumentar o número de alunos”, atendendo às “várias condicionantes territoriais”, nomeadamente o “despovoamento e envelhecimento da população”, mas também o facto de o Ministério da Educação “apenas” atribuir ao Externato “uma turma por ano”.
“Deste modo, é importante a criação de emprego para a fixação de pessoas, o que acarreta um aumento da população escolar”, defende António Branco, recordando que “é de amplo consenso que as escolas são importantes para o desenvolvimento das regiões e uma componente estratégica para o seu futuro, tanto na fixação de pessoas como na actividade económica”.
Nesse sentido, aquele dirigente entende há um conjunto de “localidades que se situam num raio de distância de três a cinco quilómetros” de Albergaria dos Doze deveriam passar a área de influência do Externato Liceal.
Assim, “as localidades de Gafaria e Palhaça da freguesia de Vermoil”, “as localidades da Salgueira e Pederneira” do concelho de Ourém e “a região norte da freguesia da Memória do distrito de Leiria” poderiam passar a integrar a área de influência do Externato.
Todavia, a direcção tem de trabalhar com a actual realidade. Por isso, no início deste ano lectivo criou um grupo de trabalho encarregue por “estabelecer intercâmbio com os centros escolares da área de influência do Externato”, com vista a realizar várias actividades para as crianças do 1.º ciclo, designadamente visionamento de filmes e peças de teatro, a visita à feira do livro e à semana da leitura, a participação no dia aberto em Junho, bem como a presença no arraial de 16 de Junho, que será aberto a toda a comunidade e marcará o encerramento das actividades lectivas.
Paralelamente, a direcção do Externato reuniu com os presidentes de junta de freguesia da sua área de influência (União de Freguesias de Albergaria dos Doze, São Simão e Santigo de Litém e as juntas de Vila Cã e Abiúl), bem como com os coordenadores dos vários centros escolares para “apresentar os objectivos e delinear estratégias de operacionalização”.

ENSINO SECUNDÁRIO “AUTORIZADO” MAS SEM FINANCIAMENTO
Relativamente à ambição antiga de ter ensino secundário, a nova direcção propõe que “seja financiada a turma do 10.º ano e a sua continuidade”, cumprindo a “autorização de funcionamento” dada em 2020, mas cujo financiamento “não foi atribuído”.
A necessidade de alargar a oferta do Externato Liceal ao ensino secundário é justificada pelo facto da “escola secundária pública mais próxima distar cerca de 20 quilómetros, o que faz com que a quase totalidade dos alunos que terminam o 9.º ano no Externato vão continuar os seus estudos em Pombal”.
António Branco evidencia que esta ambição é partilhada pela comunidade, tanto que “uma das propostas apresentadas [nos inquéritos realizados recentemente] foi [precisamente] o desejo de abertura do ensino secundário”.
“A comunidade escolar vê com bons olhos essa abertura”, realça, convicto de que “seria uma mais-valia para a comunidade e para a região”.

Carina Gonçalves | Jornalista

*Notícia publicada na edição impressa de 4 de Maio