Em 2022, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, residiam 446 imigrantes no concelho de Ansião, 509 em Alvaiázere e 452 em Penela, muitos deles crianças e jovens em idade escolar.
Foi precisamente com base na nova realidade social destes territórios que a Escola Tecnológica e Profissional de Sicó (ETP Sicó) decidiu avançar com uma candidatura destinada a promover o desenvolvimento de competências em crianças e jovens imigrantes, com idades compreendidas entre os 3 e os 18 anos de idade, dos concelhos de Ansião, Alvaiázere e Penela (territórios de abrangência da ETP Sicó), visando a sua inclusão.
A apresentação pública de “Crianças sem Fronteiras” decorreu no dia 18 de Dezembro, no edifício-sede, no Avelar, perante inúmeros convidados, muito deles os investidores sociais do projecto, mas também alunos e professores.
As linhas orientadoras do projecto foram dadas a conhecer pelo director geral da ETP Sicó, Fernando Inácio Medeiros que, antes disso, fez uma abordagem ao trabalho realizado na escola e ao papel que assume na dinâmica social e económica da região.

“Crianças sem Fronteiras” é uma Iniciativa de Inovação e Empreendedorismo Social (IIES), inserida nas Parcerias para a Inovação Social, e conta com um financiamento total de cerca de 301 mil euros, dois quais 80 por cento são provenientes de fundos públicos (CENTRO 2030). É ainda co-financiado por investidores sociais (Juntas de Freguesia dos três concelho e as empresas Odraude e Ascendi), que contribuem com a restante fatia do orçamento, a rondar os 60 mil euros.
O projecto tem a duração prevista de três anos, estando a sua execução a cargo de uma equipa técnica especializada. Para garantir o êxito das actividades previstas, a ETP Sicó conta com uma vasta rede de parceiros, entre eles, os agrupamentos de escolas dos três concelhos abrangidos.

Na sua intervenção, o presidente da Câmara e presidente da Sicó Formação (entidade proprietária da ETP Sicó) destacou o percurso da escola e deixou elogios ao projecto. “Nós somos um povo que já foi emigrante, que descobriu outros povos, que por tradição sabe acolher muito bem. Todos são importantes e temos de saber receber quem vem. Este projecto irá permitir isso. Ganha a comunidade imigrante mas também ganhamos nós, os que estão cá”, afirmou António José Domingues.
*Notícia publicada na edição de 9 de Janeiro