População de Travasso indignada com detenção de mulher suspeita de violência doméstica

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A população da aldeia de Travasso, freguesia de Pombal, está indignada com a detenção de uma mulher suspeita do crime de violência doméstica agravado sobre o seu marido, quando “na prática era ela que era vítima de violência doméstica há muitos anos”. A mulher de 55 anos “foi alvo de uma cilada”, que terminou com a sua detenção e a decisão do tribunal para aguardar julgamento em prisão preventiva, acreditam os populares. A alegada vítima, marido da detida, desmente todas as acusações que lhe são feitas.

O casal que está no centro desta polémica “é uma família muito complicada”, que é “acompanhada pela Comissão Social de Freguesia”, contou ao Pombal Jornal fonte próxima da detida, que prefere ficar no anonimato.

“Ela já é vítima de violência doméstica há muitos anos” e “ele é dependente do álcool e muito agressivo, tanto que tem muitos problemas com os vizinhos”. O mau ambiente que se vivia naquela casa afugentou, desde cedo, os dois filhos do casal, que “já contrataram um advogado para tentar tirar a mãe da prisão antes que ela faça algum disparate”.

Na aldeia ninguém acredita que ela tenha agredido o marido, até porque “é uma mulher pequena e está muito magra, deve pesar cerca de 40 quilos”, contou uma pessoa próxima da detida, alegando que “desconfio que ela nem tinha acesso a alimentação”. “Um dia dei-lhe comida e ela estava faminta que comeu tanto, que parecia que não comia há não sei quanto tempo”, continuou.

“Tenho muita pena dela, porque ela teve sempre uma vida complicada”, disse um morador da aldeia, frisando que “ele mandava nela”.

Nos últimos tempos o marido chamava a GNR com frequência, tendo chegado ao ponto de “ameaçar uns militares com um machado para a levarem para uma clínica de desintoxicação ou matava-a”, adiantou a fonte próxima da vítima, acrescentando que nessa altura ele foi detido e presente a um juiz, mas ficou em liberdade a aguardar julgamento. “A partir desse momento começou a fazer-se de coitadinho” e “agora fez-lhe uma cilada e ela caiu”, acredita um morador, sublinhando que “aqui na aldeia ninguém acredita que ela bateu no marido, até porque ela é uma mulher fraquita e ele um homem de força”.

“Ninguém merece ser maltratada toda a vida e ser detida, enquanto o agressor fica livre”, disse fonte próxima da mulher. “É muito triste”, afirmou revoltada, revelando que passou “três noites sem dormir e a pensar nela”. “Mas ela estava casada há 35 anos e achava que era uma vergonha uma mulher da aldeia separar-se”, concluiu

Antes do fecho da edição em papel, o Pombal Jornal não conseguiu chegar à fala com a alegada vítima, marido da detida, que agora veio desmentir todas as acusações que são feitas contra a sua pessoa, alegando que tem provas da sua inocência.