Ponte sobre a ferrovia fica para a segunda fase

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O Município de Pombal abriu o procedimento com vista à primeira fase da requalificação da zona do interface de transportes. O custo previsto da obra ronda os 3.125.000 euros mais IVA e o prazo de execução é de 540 dias. Segundo o presidente do Município, a estrutura pedonal sobre a linha do caminho-de-ferro ficará para a segunda fase. Este tema gerou alguma discussão entre os vereadores, com alguns deles a mostrarem-se surpreendidos por o projecto ser aprovado sem qualquer alteração, já que teriam ficado com a ideia de que a ideia da ponte teria sido abandonada.

Para Pedro Brilhante, este é o maior investimento da história na área urbana de Pombal e “o que é que ganhamos com isto?”. O vereador questionou o que se está a fazer para recuperar a ferrovia e a rodovia e que o que está previsto visa, sobretudo, requalificar a Central de Transportes. “Isso faz a diferença entre gastar um milhão ou quatro milhões”, referiu. Já Michael da Mota António afirmou ter ficado com a ideia que o projecto iria ser alterado. Garantiu que, pessoalmente, o projecto até lhe agrada mas que como vereador não o pode aprovar até porque foi apresentado à pressa e os pombalenses não foram chamados à discussão. “É o seu (de Diogo Mateus) projecto e de quatro vereadores. Tanto pode revolucionar a cidade como ser o maior fiasco”, afirmou. Também Odete Alves frisou a falta de discussão pública e apontou o erro de não haver uma ligação directa coberta entre a estação de comboios e a de transportes rodoviários, para evitar que as pessoas tenham de andar à chuva. A vereadora socialista criticou também que esta primeira fase não contemple a ponte mas contemple a construção de estruturas temporárias que depois serão demolidas, dizendo que é um desperdício de dinheiro. Narciso Mota foi outra das vozes contra o projecto. O ex-presidente de câmara entende que a obra necessária para revolucionar a cidade é a abertura de uma passagem para peões e viaturas ligeiras, por baixo da linha de comboios, junto ao actual quartel dos bombeiros. “Concordo com requalificação da zona de transportes mas não é para gastar três milhões de euros. A ponte será um elefante branco”, afirmou.
Em defesa do projecto, o vereador Pedro Murtinho referiu que “nunca foi dito que este iria ser revisto”. O detentor do pelouro de Gestão das Obras Públicas explicou que as estruturas temporárias que vão ser feitas servem para não se ter que destruir mais tarde o que se vai fazer agora. “A ponte pode ser feita ou não, mas a intenção foi que esta proposta deixe a oportunidade de ser feita”. Pedro Murtinho disse ainda que já foi lançada a proposta ao projectista para que a ligação entre as estações ferroviária e rodoviária seja coberta, indo ao encontro do que Odete Alves havia manifestado.

*Notícia publicada na edição impressa de 6 de Agosto