DA ILUSTRE TERRA DO MARQUÊS | Ganhámos a nossa Mariana Mortágua!…

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Não havia cadeiras vazias no Cine-Teatro de Pombal. O interesse dos cidadãos / espectadores / eleitores era evidente, quer apoiando os seus candidatos, quer apenas por curiosidade cívica e democrática. Claro que o debate prometia e o interesse e a expetativa eram naturais, tanto mais que estávamos em presença dos oito candidatos à presidência da Câmara Municipal de Pombal, situação nunca vivida no concelho em relação ao número de candidatos, nestes quarenta e três anos de democracia.
Mas o debate correu morno, sem grandes picardias entre os candidatos, também por mérito dos moderadores que, controlando os tempos e fazendo perguntas que alguns candidatos não ouviam, não permitiam exageros. Aliás, tratando-se do primeiro debate, tinha um caráter experimental, parecendo que, pelo menos os candidatos com mais possibilidades de vencer, estavam nitidamente a jogar à defesa. Assim, ninguém partiu a loiça, ninguém tentou encostar os adversários às cordas, tudo foi demasiadamente civilizado. É evidente que os espectadores estavam à espera de mais luta, de argumentações mais fortes, de exageros para espicaçar os adversários, mas tudo decorreu com uma normalidade democraticamente civilizada.
Nas alegações finais, foi dada, a cada candidato, a possibilidade de apelar ao voto na sua candidatura, apresentando razões que convencessem os eleitores da bondade das suas propostas para a resolução dos problemas do concelho, de modo a melhorar as condições de vida dos Pombalenses. E, como é natural, todos aproveitaram a oportunidade, com mais ou menos convicção ou força na argumentação, para fazer valer as suas teses.
Mas, o que chamou mais a atenção dos presentes foi a circunstância de o candidato do Bloco de Esquerda, por sinal o mais jovem, afirmar que a sua candidata à Assembleia Municipal era “outra Mariana Mortágua”. Não foi, nem será fácil, atingir o alcance desta afirmação. É conhecido o papel que a deputada em causa tem tido no funcionamento da “geringonça”, quer defendendo medidas que no governo anterior criticava duramente, quer usando uma imaginação que temos que reconhecer como criadora, para inventar novos impostos, sacrificando cada vez mais os contribuintes. Não se lhe conhecem iniciativas para reduzir a despesa pública e pagar a dívida crescente do Estado, antes pelo contrário e, para isso, é necessário cobrar mais impostos. Também é evidente a sua oposição às empresas privadas, apesar de se saber que são únicas a criar riqueza para manter a máquina do Estado e a exportar para equilibrar as contas nacionais e tornar o País viável.
Se foi o resultado do elogio público atrás referido, de mérito próprio, da juventude ou de qualquer outra razão pessoal ou política, ninguém sabe nem saberá, porque o voto é secreto e não tem que ser justificado. Mas o certo é que a nossa Mariana Mortágua (NMM) foi mesmo eleita para a Assembleia Municipal, onde terá muitas oportunidades para mostrar a sua capacidade, saber, dinamismo e competência, tal como sucede com todos os outros membros eleitos.
O que se espera é que as intervenções e propostas políticas da NMM, possam ser aproveitadas e venham a beneficiar a generalidade dos Pombalenses, quer individual, quer coletivamente. Que não proponha o aumento dos impostos municipais, nem o aumento da despesa pública corrente, mas antes de capital, para os investimentos considerados importantes para o desenvolvimento socioeconómico do concelho. Ao contrário, talvez propostas fundamentadas para a devolução de IRS aos munícipes, redução do IMI e da derrama para as empresas, mas sem afetar o equilíbrio económico-financeiro do Município.
Estará em causa a otimização no aproveitamento e aplicação dos recursos disponíveis. Este é, como é evidente, um desafio extensivo a todos os eleitos quer no município, quer nas freguesias. Porque é importante preparar o futuro com prudência e rigor, mas também com imaginação e criatividade.

manuel.duarte.domingues@gmail.com

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Natural de Viuveiro, Vila Cã, Pombal (1948), residente em Pombal. Licenciado em Controlo de Gestão pelo Instituto Superior de Contab. e Administ. de Coimbra. Contabilista e Consultor de Empresas desde 1977. Revisor Oficial de Contas desde 1993 (de Empresas públicas e privadas, cooperativas, autarquias, etc.). Fiscal Único no âmbito do Ministério da Saúde de diversos Hospitais EPE, desde 2002. Presidente do Conselho Fiscal da Vista Alegre Atlantis, SGPS, SA. Ex-Professor do Ensino Secundário (EICPombal) e do Ensino Superior (ISCAC e ISLA). Serviço público prestado: Oficial Miliciano de Administração Militar, Membro da Assembleia Municipal de Pombal e Presidente da Assembleia de Freguesia de Vila Cã. Cargos exercidos em associações: Vice-Presidente da Direção da A H B V Pombal; Presidente do Conselho Fiscal de: AICP–Assoc.Indust.Conc.Pombal; da Santa Casa da Misericórdia de Pombal; e do Sporting Clube de Pombal. Presidente e Membro da Comissão Revisora de Contas da Fundação Rotária Portuguesa. Cargo atual: Presidente do Conselho Fiscal da A. H. dos Bombeiros Voluntários de Pombal, desde 2005. Livros publicados: “DA ILUSTRE TERRA DO MARQUÊS…” – 1º Volume (2011, 2ª edição 2013); 2º Volume (2016), reunindo crónicas publicadas em jornais e revistas e outros escritos, destinando-se o produto da venda, integralmente, a Instituições de Solidariedade Social.