“Autárquicas e o resultado socialista em Pombal”

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Fernando Daniel Carolino
fdcarolino@gmail.com

Há momentos em que o silêncio na política é tido como uma traição e a ocasião não é de ficar mudo e quedo, nem de ser passivo perante os resultados obtidos.
Primeiro, declaração de interesses. Sou e serei militante do Partido Socialista, agora em federação diferente daquela que até inicio do ano de 2013 militava. Não deixo de ser, no entanto, cidadão de Pombal e preocupado e atento com o que por cá se passa, quanto mais não seja pelos laços familiares que cá mantenho e, por tudo o que representam na minha vida pessoal, profissional e social. Mantenho que continuo interessado na vida política local e sempre estarei disponível para ajudar a construir um concelho melhor, prospero com e de futuro, quer seja no partido ou na sociedade civil pombalense. Posto isto, os resultados obtidos em análise.
(uma) Evidência
São factos, o PS alcança com este resultado mais um vereador na Câmara, passando dos actuais dois para três mas à custa de quê? De perder a única Junta de Freguesia de que era titular, o Louriçal, de não conseguir conquistar mais nenhuma Junta de Freguesia a que se propôs e na maioria delas ter perdido representatividade na Assembleia de Freguesia respectiva. Mantêm a representação na Assembleia Municipal, em igual numero de membros eleitos, e na totalidade obtêm menor votação em votos expressos que comparativamente ao ultimo acto eleitoral. Na prática e na realidade pior o resultado que a exibição.
(o) Problema
A incapacidade de se apresentar alternativas capazes de entusiasmar e influenciar o eleitorado no acto de votar, a insuficiência de projectos credíveis ou pelo menos entendíveis ao eleitorado alvo. A dificuldade na elaboração de listas concorrentes aos vários órgãos autárquicos. Acresce também à identificação do problema, a manifesta impotência em contrariar a sociologia política que o concelho detém, desde sempre, alicerçado a menor ou ineficiente preparação política de uma grande maioria dos candidatos apresentados. Finalmente, a menor identificação com a forma de estar e fazer a politica concelhia nos períodos que medeiam o final de uma época eleitoral e o inicio de uma campanha eleitoral seguinte por parte da maioria dos candidatos ou putativos candidatos a acto eleitoral vindouro.
(séria) Constatação
Por maior que seja o empenho e esse tem sido evidente e real que a direcção e militantes activos do PS em Pombal, coloquem nas actividades que desenvolvem, nos encontros que promovem, nos debates e descentralização que implementam no concelho, estes debates, encontros, eventos, manifestamente são de uma menor eficiência e de uma pior eficácia, incapazes de manifestar uma mudança estrutural de consciência política local. São sempre os mesmos, de ideias pouco condizentes ou de importância pessoal para quem presumivelmente são dirigidos. Há um menor fulgor e ainda maior distanciamento do público-alvo ao objectivo que foi e tem sido oferecido. E nem a presença de dirigentes federativos ou nacionais tem o condão de aproximar a população das actividades efectuadas.
(proposta de) Soluções
Somente com aplicação de muita resiliência e com um trabalho efectivo de campo, durante e já nos próximos quatro anos, talvez, sempre junto um talvez, se possa almejar resultados diferentes do que se tem obtido nos últimos vinte anos. (uma) Alteração de “actores” do cenário político local, impõem-se, uma mudança de mentalidades e formas de fazer política localmente, exigem-se e, acima de tudo, mais e melhor abertura do partido e dos pensamentos políticos são necessários, também e sempre, localmente.
Vai por si, caro leitor.