Palestra quis alertar para o AVC

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A palestra “Acidente Vascular Cerebral – Uma Emergência Médica” teve lugar na passada sexta-feira, dia 10, no mini-auditório do Teatro-Cine de Pombal. Organizada pelo Gabinete de Avaliação e Reabilitação Psicológica, a acção quis dar a conhecer a prevenção, o diagnóstico e a actuação em caso de AVC.

“Há poucas formas de tratar os nossos doentes”, começou o neurologista Filipe Palavra referindo-se a uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal. Frisou os dois principais tipos de AVC: “o isquémico, que corresponde à trombose (enfarte) e o hemorrágico, designado por derrame”.

Não quis, também, deixar de advertir para o contacto imediato do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) assim que uma pessoa vê que o interlocutor fica com “a boca ao lado, dificuldades em falar e em se movimentar”. Frisou ainda o facto de até quatro horas e meia após ter acontecido do AVC ser mais fácil ajudar o doente.

A hipertensão arterial, o tabagismo, a fibrilação auricular, a diabetes, a obesidade, o sedentarismo, o alcoolismo e o colesterol elevado foram apontados como os principais factores favoráveis ao aparecimento da doença. “Se actuarmos na prevenção, vamos morrer menos por AVC”, acrescentou Filipe Palavra.

A enfermeira Andreia Gomes falou um pouco na perspectiva do enfermeiro na prevenção. “Homens e mulheres fisicamente activos têm uma redução de 25% a 30% no risco de AVC e morte”, mencionou. Para que os indivíduos melhorem o estilo de vida e, consequentemente, reduzam o risco de vir a ter um AVC, é importante “reduzir ao mínimo o consumo de sal, temperar a comida com ervas aromáticas, exercitar regularmente e consumir álcool de forma moderada”, advertiu a enfermeira.

Do ponto de vista dos efeitos psicológicos da doença, o psicólogo Daniel Martins frisou a “depressão, a apatia e a labilidade emocional” como perturbações graves no primeiro ano da doença bem como a consequente “dificuldade de concentração e de memorização”. Não quis finalizar o seu discurso sem antes deixar algumas dicas: “a informação, a alimentação saudável e o exercício físico contribuem para melhorar o bem-estar psicológico”.

Estiveram ainda presentes o técnico de radiologia Ricardo Faustino, que falou acerca da contribuição dos exames de imagem para o diagnóstico e a prevenção; o neurorradiologista César Nunes, que destacou a neurologia de intervenção no tratamento do AVC e o fisioterapeuta Ismael Silva que mencionou a perspectiva do fisioterapeuta, nomeadamente na reabilitação física.

ANA ISABEL MENDES

(Notícia publicada na Edição n.54, de 16 de Abril)