No mesmo… ou com outro

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Nuno Oliveira

POMBAL A VER

Há seis anos atrás, mais coisa menos coisa, fui arrebatado por um filme de baixo orçamento, com actores que não o eram e continuam a não o ser, mas que contava uma história simples, de um encontro fortuito, que poderia ou poderá ser a história real de muitos músicos em início de carreira. Nas ruas de Dublin, uma vendedora de flores ouve um músico de rua e esse encontro altera o quotidiano dos dois. O filme é “No Mesmo Tom”, “Once” no original. Feito com 100 mil dólares de orçamento e gravado com duas câmaras digitais durante três semanas, conquistou o coração de muitos cinéfilos e conseguiu mesmo um óscar para a melhor canção original. Na cerimónia, a humildade de Glen Hansard e Marketa Irglova ao receberem o prémio foi quase como que um final alternativo para um filme que deixa o futuro das personagens na imaginação de qualquer um. Entretanto, a relação não consumada no filme aconteceu na vida real, mas não durou muito. Os músicos/actores seguiram caminhos separados, mas pelo meio ainda fizeram um documentário sobre as suas vidas.

Este “No Mesmo Tom” voltou-me à memória, se é que alguma vez de lá saiu, porque esta semana, mais precisamente no dia em que este jornal sai para as bancas, estreia em Portugal um novo filme do mesmo realizador. Não o vi, mas a história parece ter bastantes semelhanças, só que desta vez é transposta para Nova Iorque. Além do cenário, muda o orçamento (bastante maior) e surgem actores a sério, pese embora também haja músicos a representar. As críticas não têm sido más e este é por certo um filme que vou querer ver nos próximos tempos. Em inglês chama-se “Begin Again” e em Portugal, certamente para cativar os que gostaram de “No Mesmo Tom”, tem o nome “Num Outro Tom”.
Ah… e na próxima semana estão aí as Tasquinhas para encerrar o verão que quase não o chegou a ser. Talvez vos encontre por lá! Mas para mim, a inauguração será um dia especial, por motivos mais pessoais.