Freguesia do Oeste contra exploração de caulino

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Um pedido de exploração mineira na Ilha, com cerca de 89 hectares, já motivou oposição da Junta de Freguesia presidida por Manuel Serra. O autarca recusa-se a assistir à “predação” daquele território e aponta os prejuízos que poderão decorrer da concessão requerida.

A Junta de Freguesia da Guia, Ilha e Mata Mourisca manifesta “absoluta oposição” a um pedido de exploração mineira requerido pela empresa José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A., sediada na Roussa, freguesia de Pombal.

Em causa está uma concessão mineira de quartzo e caulino em Lagoa do Linho, no lugar de Água Formosa, antiga freguesia da Ilha, numa área aproximada de 89 hectares.

Num ofício endereçado à Direcção Geral de Energia e Geologia no dia 06 de Novembro, o presidente da autarquia diz que a área afectada “está situada numa zona de potencial crescimento urbano futuro, de actividades comerciais e mesmo turísticas” que a exploração mineira “virá inviabilizar”.

Manuel Serra argumenta ainda que a zona em causa “é adjacente a duas estradas de grande penetração no nosso território”. Uma delas, a Estrada Nacional (EN) 109, constitui a principal via de acesso à vila da Guia, sublinha o presidente da Junta de Freguesia, enquanto a outra é a principal via de acesso à Água Formosa e Ilha. Tratam-se, no entender do autarca eleito pelo PSD, de “corredores com potencial de crescimento futuro para actividades humanas de serviços, industriais e urbanas, embora o PDM, neste momento, as considere áreas florestais”.

“A exploração dos espaços concessionados a poente da linha de caminho-de-ferro do Oeste apresentam já, demasiadamente, a predação do nosso território, que não queremos ver mais esventrado”, alerta Manuel Serra.

O autarca considera que as actuais concessões são “contributo já suficiente do sacrifício do nosso território para a economia nacional”, pelo que se opõe a outras explorações que surjam a nascente da EN 109.

No mesmo ofício, o presidente adverte também aquele organismo para o facto de aquela área se encontrar em zona de protecção do aquífero da Mata do Urso.

“O futuro dos vindouros não deve ficar hipotecado com explorações de enorme pegada ecológica, com desfigurações da orografia, a comprometer o espaço vital das nossas gentes, com tráfegos incómodos e poluentes que já experienciámos nas que, neste momento, se encontram aqui em actividade”, lê-se no documento.

A posição do executivo deverá ser reforçada com o apoio da Assembleia de Freguesia. A próxima sessão está marcada para 12 de Dezembro, devendo aquele órgão ser chamado a pronunciar-se sobre esta matéria. Manuel Serra espera “total apoio” a esta diligência da Junta, esperando uma votação “por unanimidade”.

Manuela Frias

manuelafrias@pombaljornal.pt