Fava serve-se à mesa de festival nos 32 anos da freguesia

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De hoje até domingo, nas imediações do salão das colectividades, a fava vai chegar à mesa revestida de diferentes sabores. O festival dedicado à leguminosa que tem maturação reservada para a Primavera serve-se com um programa de tasquinhas, artesanato e muita animação. A festa é também pretexto para assinalar o 32º aniversário da criação da freguesia das Meirinhas.

Virgílio Lopes diz que a organização quer fazer deste um “certame de futuro”

Há quem não lhe resista, mas há também muitos que não suportam o sabor. Apesar da ambivalência que gera, a verdade é que, por entre os dias primaveris, a fava ganha protagonismo na gastronomia tradicional, enriquecida com pratos típicos como as favas com chouriço e entrecosto.
Nos próximos dias 27, 28 e 29, a Junta de Freguesia de Meirinhas vai transformar a fava no cartão de-visita de um festival que abre portas a um programa que tem como ponto forte a gastronomia tradicional, temperado com uma mostra alargada de artesanato da região centro e muita animação.
A ideia surgiu da “necessidade de criar um evento congregador da comunidade das Meirinhas e da região onde estamos inseridos”, não fosse esta uma “comunidade empreendedora, dinâmica e que mantém as suas raízes apegadas ao trabalho da terra e à magnífica arte de transformar os alimentos da pequena agricultura em pratos de maravilhosa confecção”, explica Virgílio Lopes, presidente da Junta. E é esta capacidade de fazer “magia com as receitas que ao longo dos tempos vão passando de geração em geração” que, nas palavras do autarca eleito nas listas do PSD, “constitui um dos mais importantes tesouros culturais da região”.
Por outro lado, o evento é também pretexto para a comemoração do 32º aniversário da criação da freguesia, a 27 de Abril, data em que terá lugar a sessão solene de inauguração do festival, pelas 19h00, na sede da Junta.

 

Organização conjunta
Ainda que assuma um papel de relevo, a Junta de Freguesia das Meirinhas não está sozinha na promoção e organização do evento. A esta juntam-se a Associação Recreativa de Meirinhas (ARM), a Associação de Pais de Meirinhas, a Associação Lar da Felicidade e o Grupo Sócio-Caritativo de Meirinhas, às quais caberá a dinamização das tasquinhas. Com uma ementa diferente em cada um dos dias, há pratos para todos os gostos, mesmo para aqueles que não apreciam favas, com destaque para o carneiro, bacalhau, enchidos, entrecosto, migas de couve “e outras iguarias caseiras”, revela Virgílio Lopes.

O sempre bem-disposto Xico à Portuguesa vai animar o programa de sábado à noite

Mas nem só de comida se faz o evento. Ao longo de três dias promove-se a gastronomia, mas dá-se também palco à promoção dos agentes culturais, dos micro e pequenos negócios ligados ao artesanato, às artes e ofícios e, claro está, à agricultura. “Na zona de feira contamos apresentar produtos de vários concelhos da zona Centro do país, com a participação de mais de uma dezena de expositores”, adianta o chefe do executivo.
E porque a festa não seria a mesma sem música, as refeições serão acompanhas com actuações de vários artistas. No dia 27, ao jantar – e pela noite fora -, actuará o músico Graciano Ricardo; no dia 28, ao almoço, a animação estará por conta do Grupo Esperanças da Ranha de Baixo e ao jantar – prolongando-se pela noite dentro -, o Xico à Portuguesa toma conta do palco. Para domingo, ao almoço, fica reservada a actuação de Vânia Marisa. Já durante a tarde, a Escola de Dança Adriana Jaulino e o Grupo de Cavaquinhos do Louriçal assumem o protagonismo do programa.

 

Comunidade a semear favas
O evento de 2018 ainda não chegou, mas a organização já tem os olhos postos em futuras edições. O objectivo é lançar as bases do festival de 2019 logo em Janeiro, com a sementeira das favas a ser programada nesse sentido. “Vamos envolver todos os pequenos agricultores e todos os Meirinhenses que queiram connosco semear favas”, afirma o autarca, em jeito de repto. “Assim, aumentamos a garantia de o produto apresentado ser caseiro, potenciamos um novo pequeno negócio e chamamos as nossas gentes mais idosas a ocuparem-se do acompanhamento da sementeira e da produção das favas”, explica Virgílio Lopes, na expectativa de fazer deste “um certame de futuro”.

 

Balanço positivo do mandato
A cumprir o primeiro mandato como presidente da Junta de Freguesia das Meirinhas, depois de ter sido eleito nas listas do PSD, Virgílio Lopes é peremptório no balanço que faz dos primeiros meses: “muito bom”. Uma afirmação que encontra eco no “apoio das Meirinhas e de todos os Meirinhenses, bem como das instituições com as quais nos relacionamos, em especial da Câmara Municipal de Pombal e do seu presidente Diogo Mateus”, realça o autarca.
Das propostas apresentadas no programa eleitoral, o presidente mostra-se satisfeito com o trabalho já concretizado. “Com o importante apoio da Câmara Municipal conseguimos implementar o sistema de recolha de ‘monos’ porta-à-porta e iniciámos os projectos de passeios para a Rua da Cabine, para a Rua do Campo de Futebol, para a Rua de Santo António e para a reformulação urbanística da Rua do Comércio”. Por outro lado, “limpámos o troço urbano da Ribeira do Carregal, iniciámos a limpeza de 13,4 hectares de floresta e recuperámos a carrinha da Brigada de Voluntários para a Floresta, brigada que este ano já conta com um número record de inscritos”, acrescenta. “Com o Teatro Amador de Pombal e com a ARM trouxemos o teatro de volta às Meirinhas”, enuncia, ainda, Virgílio Lopes. Também na esfera do trabalho realizado, o autarca aponta a entrada em funcionamento dos Espaços de Cidadão e a acção de sensibilização levada a cabo na Escola Primária, no sentido da sua adesão ao programa Eco-Escolas, “o que potencia a candidatura que apresentámos de Meirinhas à distinção de Eco-Freguesia”.
Com as freguesias de Carnide e Vermoil, a Junta liderada por Virgílio Lopes tem encetado esforços para a implementação da Comissão Social Inter-Freguesia, “num trabalho de muita proximidade, que agradeço aos meus colegas presidentes, Silvino Santos e Carlos Santos”. Ainda que com menos visibilidade, mas com uma importância estratégica a vários níveis, a autarquia tem ‘batido à porta’ da Estradas de Portugal (agora Infraestruturas de Portugal), “exigindo condições de segurança para os peões e reclamando da necessidade do acesso do IC2 à A1 em Meirinhas”, revela Virgílio Lopes.
A remodelação do site e a criação do Boletim da Freguesia são outras das novidades que chegaram com o actual executivo. O objectivo é dar mais transparência ao trabalho realizado e aproximar a autarquia dos cidadãos. Neste âmbito, será também publicada “a lista de todos os fornecedores e prestadores de serviços, que iremos divulgar trimestralmente”, adianta o presidente. “Uma população informada tem melhores condições para acompanhar, avaliar e escrutinar o trabalho que fazemos”, remata.