CARTAS POMBALINAS | Bodo – O ponto de (re)encontro dos pombalenses

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Todos os anos, no final do mês de julho, Pombal cumpre religiosamente a sua tradição com a realização das Festas do Bodo. Para mim, este é o evento mais importante do nosso concelho.
O Bodo é o nosso ponto de encontro. Se é certo que ao longo do ano podemos andar por muitos lugares, seja no nosso país ou no estrangeiro, sabemos também que é no Bodo que temos oportunidade de rever amigos e/ou familiares que não residem habitualmente em Pombal.
Permitam-me dedicar uma palavra especial ao potencial que reside na paixão das nossas comunidades. Pombal será sempre uma terra de muitos emigrantes que, todos os anos, reservam esta data no seu calendário das férias para voltarem à sua terra natal.
É natural que esta ligação sentimental se vá diluindo quando vamos transitando para as novas gerações. Contudo, creio que aqui deve assumir-se um ponto de reencontro, criando alicerces fortes na ligação das nossas comunidades emigrantes ao nosso concelho. O Bodo pode (e deve) assumir um papel especial na demonstração dos extraordinários exemplos económicos, sociais e culturais que existem um pouco por todo o mundo com o ADN pombalense.
Se conseguirmos promover, em Pombal, o melhor que os nossos conterrâneos fazem lá fora, podemos também criar condições para desenvolver uma rede integrada que estimule os nossos empresários no processo de internacionalização e escoamento de produtos. Assim, estaremos a contribuir para robustecer a capacidade de estreitar os laços sociais e culturais que nos unem e podem contribuir para a promoção e valorização do nosso território. Fica assim lançado o desafio coletivo de potenciarmos o mercado da diáspora pombalense!
É também neste sentido que é feita uma justa homenagem às nossas comunidades de emigrantes, promovida na sessão solene de abertura das Festas do BODO.
Pombal é também ponto de encontro de gerações. Mais novos e mais velhos participam de forma entusiasta nas diversas atividades culturais, religiosas, sociais e desportivas que são promovidas no decurso do BODO. A partilha de saberes, que se verifica de forma mais intensa nestes dias, assume uma particular importância. Esta “passagem de testemunho intergeracional” garante que o BODO (e a nossa terra) tenha futuro, respeitando a tradição, mas incutindo-lhe o arrojo e a inovação necessários à evolução destas iniciativas e à sua adaptação às novas realidades.
O BODO é também um ponto de encontro dos vários agentes locais que, todos os dias do ano, dão o seu contributo para a dinâmica da nossa comunidade. Falamos das nossas coletividades, IPSS´s, clubes desportivos, grupos culturais, que, de forma genuína, divulgam no BODO as suas atividades. Também aqui pode ser ainda mais potenciado o ponto de reencontro com os diversos agentes locais, incentivando a um envolvimento crescente na conceção do certame e à partilha de contributos para a animação e dinamização do nosso BODO.
Sendo o BODO o maior evento do nosso concelho, deve ser também o ponto de encontro da população das nossas treze freguesias que, com realidades e tradições distintas, reconhecem a importância destas Festas. As freguesias do concelho de Pombal podem ter no BODO uma montra especial para dar a conhecer o que de melhor existe no nosso território, reforçando o espírito do BODO e este sentimento de pertença a todos os pontos cardeais do nosso concelho.
Estas e outras reflexões fazem parte de conversas que vamos tendo com as pessoas que gostam de Pombal e consideram o BODO o maior evento da nossa terra.
Uma festa de matriz popular que deve continuar a ser acarinhada por todos, cuja dinâmica merece ser aprofundada ano após ano, criando mais motivos de interesse e mobilização da nossa comunidade para conseguir ainda mais afirmação em termos concelhios e, cumulativamente, no panorama regional/nacional.

O BODO é o nosso ponto de encontro e reencontro: das pessoas que amam Pombal e que querem dar o seu contributo para a crescente dinamização e valorização da nossa terra.

Um forte abraço amigo,
Pedro Pimpão
(pedropimpao@gmail.com)

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Pedro Pimpão é natural de Pombal, tem 36 anos, é casado e tem dois filhos. É advogado de profissão e actualmente desempenha as funções de deputado à Assembleia da República, tendo sido eleito pelo círculo eleitoral de Leiria. É Presidente da Assembleia de Freguesia de Pombal, membro da Assembleia Municipal de Pombal e membro da Assembleia Intermunicipal da Região de Leiria. É licenciado em Direito pela Universidade Coimbra, contando com Pós-Graduações em Direito Administrativo, Gestão Autárquica, Direito dos Contratos Públicos e Direito Municipal Comparado Lusófono. É Mestrando em Ciência Política pelo ISCSP – Universidade de Lisboa.